7 | Perdas

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Olá Niners!

Feliz 2k para nós. 💜

Boa leitura.

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- Bom dia, flor do dia! - Jin abre a porta e sorri para a loira. - Entre, entre.

Sorn é puxada pela mão, não entendo nada. - Tô bem, obrigada por perguntar.

Jin sentou em sua cadeira e cruzou os braços, risonho. – Como foi sua semana? – Inclinou a cabeça para o lado. – Fiquei sabendo de uns beijinhos que a senhorita deu no Xiumin.

- Em quem? – Sorn ergueu as sobrancelhas. – Quem é Xiumin?

Jin apertou os olhos. – Não se faça de desentendida, mocinha. – Virou a cadeira para trás e puxou uma pasta branca, onde constava os últimos exames da loira. – Fiquei sabendo por algumas enfermeiras que ele tinha beijado uma paciente loira e a única que eu conheço é você.

- Olha, eu aho que foi outra, até porque eu já tenho namorado.

Jin ergueu o olhar. – Tem?

Sorn arregalou os olhos. Oh shit! Não poderia falar sobre Namjoon, o enfermeiro poderia levar alguma advertência ou até ser demitido.

- É... É! – Ela sorriu, tentando passar alguma confiança. – Um namorado da Tailândia.

- Qual o nome dele? – Jin abria a pasta e começava a ler os exames. – Não lembro de você comentar sobre ele.

- É que eu sou discreta. – Ela pensava em algum nome. – É Lucas. Ele é filho de mãe tailandesa e pai chinês.

- Então você curte um estrangeiro? – Jin estava concentrado. Sua feição até então alegre, mudara para uma tensa.  – Esse exame é de quando mesmo?

- De ontem. – Sorn abaixou a voz. – O que aconteceu, doutor?

Jin suspirou. Sempre fora muito direto com seus pacientes, doendo ou não. Achava que todos deveriam morrer com dignidade e cientes de tudo que passaram, sem mentiras e enganações. – Se estado piorou. – Virou o corpo para trás e ligou a lâmpada presa na parede. Tirou as folhas de dentro do plástico e as prendeu na parede, em frente ao equipamento. – Tá vendo essa parte branca? – Apontou com uma caneta. – Quando você entrou nesse hospital ela tinha o tamanho de um grão de arroz.

- Aumentou? – Sorn perguntou por perguntar, mesmo sabendo a resposta. – Aumentou muito?

- Tá do mesmo tamanho. – Jin continuou. – O problema é que ela não é a única. Você criou diversos nódulos pelo cérebro, todos mais ou menos desse tamanho. – Mudou a folha. – Se eu juntar todos eles, dá pra fazer um rolinho de mochi. – Sorriu, triste. – Sinto muito, Sorn.

A tailandesa não sabia o que dizer. Era estranho ter um diagnóstico tão preciso assim. Passou por diversos hospitais, diversos tratamentos por conta de uma doença rara e incurável. Sabia que iria morrer algum dia, mas não esperava ver o motivo tão claro.

Aquele arroz era a morte?

- Não dá pra tirar? – Perguntou baixinho.

Jin sentiu pena dela. Já havia atendido milhares de pacientes e cada um agia de uma maneira diferente do outro. Quando dizem que todo o ser  humano é igual, é mentira. Cada pessoa tem sua própria essência e cada um reage de uma maneira quanto a morte.

Sorn era peculiar. Talvez tivesse em uma fase de negação ou aceitação.

- Só se eu abrir sua cabeça e tirar nódulo por nódulo. – Jin apagou a luz. – Um erro, você pode ficar sem fala, ou sem alguma coordenação motora. – Se virou para ela. – É muito complicado e não sei se vale à pena.

MOONCHILD | Namjoon [BTS]Onde histórias criam vida. Descubra agora