Capítulo 2-Alasca

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Eu sempre tive uma conexão muito grande com minha familia,ou pelo menos era oque eu imaginara. Me recordo muito bem do dia em que minha pequena ilusão de familia perfeita foi desfeita.

•Flashback on•
Me levantei ainda sonolenta por conta dos gritos vindos do quarto ao lado,eu não pudera entender o motivo das vozes alteradas,então com bastante relutancia me levantei da cama e caminhei lentamente até a porta do quarto,onde meu corpo não pudera obedecer meus comandos ao ouvir tais palavras

-Não me importo com o divorcio mas ela vai comigo

-Erika,vc não pode fazer isso

-Ela é minha filha Carlos,e eu vou leva-la para Italia comigo sim

-Mas ela é minha filha tambem-eu não pude esperar para ouvir a resposta de meu pai,no impulso do momento pronunciei ali mesmo com lagrimas transbordando sobre meus olhos.

-Eu vou com a mamãe-talvez parte de mim quisesse ficar,e resolver isso,mas oque eu poderia fazer? Era uma menina de apenas doze anos desiludida com o sonho da familia perfeita.

Então eu fui arrumar minhas malas,eu queria ir o quanto antes,e a cada peça dobrada e arrumada dentro da minha mala era uma lagrima que escorria pela minha pele macia,e essa nem foi a parte mais dificil. No dia seguinte ao chegarmos no aeroporto meu corpo se paralisou novamente(eu queria realmente fazer aquilo?),entrei em prantos ao sentir o abraço reconfortante do meu pai,mas me recompus e entrei no avião,com o coração repleto de dor e o vi ficar cada vez mais longe de mim e suas palavras me torturando em meus pensamentos "eu te amo,e talvez esses anos possam te fazer bem,nada vai mudar,ainda seremos uma familia" então meus olhos se marejaram e as lagrimas insistiram em cair ate eu adormecer.

•flashback off•
Hoje não foi muito diferente,exceto pelo fato da despedida ter sido com minha mãe,ao invés do meu pai,mas após cinco anos eu pudera finalmente mostrar o quão forte eu sou,então a abracei e caminhei para dentro do avião que assim que decolou me fez sentir como uma indefesa e ai todas as lagrimas vieram novamente a tona como quando eu era pequena,até eu conseguir finalmente pegar no sono. Acordei assustada ao ouvir a voz da aeromoça avisando que já iriamos pousar,então me recompus passando uma maquiagem leve para que ninguém pudesse notar o rosto avermelhado e inchado por conta do choro,respirei fundo ao sentir o impacto no avião no chão se transformar em uma corrente eletrica por todo meu corpo,desci do avião com certa relutancia ate ver de longe a silhueta do meu pai,então caminhei a passos largos ate o mesmo e me surpreendi ao ser recebida por sua noiva e a filha,eu sabia que ele havia seguido em frente,mas aquela ideia ainda me assombrava,talvez parte de mim ainda sonhasse com ele e minha mãe juntos,mas logo mandei embora aqueles pensamentos e as comprimentei com um beijo na bochecha.

-Como foi a viagem?

-Cansativa,mas boa,só quero ir para casa

Sorri carinhosamente e nos direcionamos para o carro,meu pai levou a Anelise(acho que era assim o nome dela) para a escola,e aproveitou para me mostrar que seria ali onde eu estudaria,esbocei um sorriso e logo voltei a atenção para meu celular,mas não durou muito ate que meu pai se pronunciou

-Alasca?! Será que pode ser mais calorosa com elas? Anelise é uma pessoa boa,e aposto que podem se dar bem

-Pai eu só quero ir embora

-Promete tentar pelo menos? Chame ela para sair amanhã

-Ta,tudo bem,eu chamo

-Obrigada,é importante para nós-revirei os olhos acidentalmente(ou não)ao ouvir aquela frase,e então foi ai que eu me lembrei que Laura ainda estava ali,sorri envergonhada e logo ignorei o decorrer da conversa.

No dia seguinte,me vesti adequademente para o dia chuvoso que estava sendo previsto e me direcionei até a escola onde eu deveria pegar meus horarios,oque foi relativamente rapido,então resolvi esperar Anelise,já eram cerca das 10h45,então logo ela sairia.

(Roupa da Alasca)

Após alguns intrigantes minutos ouvi a porta do carro ser aberta e ela me cumprimentar confusa com a situação

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Após alguns intrigantes minutos ouvi a porta do carro ser aberta e ela me cumprimentar confusa com a situação.

-Hãn?!Oi?!

-Oi

-Então,oque faz aqui?

-Ta,olha,sua mãe vai casar com meu pai,mas não significa que temos que ser amigas beleza? Mas só para alegrar meu pai,vamos ao shopping?

Assim que a ouvi concordar,me acomodei no banco de trás do carro e então seguimos viagem até o shopping mais proximo,onde adentrei e sem delongas caminhei tranquilamente até uma loja de maquiagens,mas antes mesmo mesmo que eu pudesse pensar em adentrar o local ouvi um grito fino e um estalar de corpos,quando me virei para tentar entender,me deparei com Anelise conversando com um rapaz,aquela cena claramente seria digna de um filme cliche,estava claro que ele fez isso propositalmente então expandi meu olhar para toda a extansão do local,logo atrás do moreno com quem Anelise conversava,havia um grupo de meninos,desconfio serem amigos o desconhecido que Anelise tanto se encantara,mas meu olhar maturalmente se fixou em um,alto tinha um sorriso encantador e por deus era um menino lindo(qual seria seu nome?),fechei meus olhos por alguns segundos para retornar ate a realidade onde Anelise passara seu numero de telefone para um estranho,ainda em choque com o acontecido ali me virei e adentrei a loja junto com a mesma e sem nem mesmo notar já estava iniciando uma conversa.

-Então,oque vc gosta de comer? Eu to morrendo de fome

-Na real to cheia de fome de um hambuguer

-Boa,BK?

Ela concordou com a cabeça e seguimos ate o restaurante,não demorou muito para lancharmos,andamos pelo shopping por cerca de trinta minutos e logo a chamei para irmos embora,eu não conseguia parar de pensar que talvez ela pudera ser a filha que meu pai sempre sonhou que eu fosse antes de abandona-lo. Então assim que chegamos em casa,procurei por meu pai em toda a extensão da casa,sem muito sucesso em encontra-lo fui até meu quarto onde me troquei vestindo-me com um pijama confortavel e me deitei para assistir serie,ainda eram 16hras,e a ideia de maratonar The Vampire Diaries novamente só se tornou realidade nas primeiras 2 horas pois logo cai no sono. Acordei eram cerca de 23h30,então desliguei a TV e desci até a cozinha onde me deparei com meu pai,enchi um copo com suco enquanto ouvia seu pronunciamento

-Eai? Sobreviveu ao dia de hoje?

-É,ela não é tão ruim assim,talvez seja por isso que a considera tanto

-Alasca,nada mudou com vc

-Claro que mudou,e eu reconheço que ela pode ser a filha que vc esperava que eu fosse antes de ir embora

-Voce não tinha escolha

Antes mesmo que ele pudesse responder deixei o copo em cima do balcão e caminhei(ou corri,como preferir) a passos largos e rapidos ate meu quarto onde me joguei na cama e deixei todas as lagrimas guardadas rolarem pela minha pele até que eu adormeci com tais pensamentos atormentando-me.

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