🍃Único: Não importa

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leiam devagar, ok? A one tem uma vibe calma, então, relaxe e boa leitura💖

As melhores amigas de Park Jimin eram, definifivamente, as paredes.
Elas sempre estavam ali. Ouvindo-o e presenciando todas as lágrimas de tristeza e ódio que o homem de 23 anos com cabelos rosas como algodão doce derramava dentro daquele quarto minúsculo. Dentro daquele apartamento caindo aos pedaços.

Certamente sua vida não era das piores --- sempre haverá problemas maiores que os seus ---, mas Jimin sentia como se, todos os dias, o peso da dor que ele segurava iria cair sobre si e esmaga-lo, até que não sobrasse mais nada. Porém, o homem era covarde demais para acabar com todo aquele peso... ou talvez, corajoso o suficiente para enfrenta-lo. Mas a questão é: ele não acabava com a dor, mas também não à enfrentava. É claro que tudo depende de um ponto de vista, se você vê que o fato "enfrentar algo", é se chapando a cada meia hora e bebendo de manhã, tarde e noite. Então Park Jimin está enfrentando suas dores muito bem.

--- Cacete... --- Resmungou assim que acordou em uma manhã chuvosa de segunda-feira, depois de ter dormido somente uma hora na noite passada, já que ficara bebendo ate desmaiar sem perceber.

E com uma dificuldade absurda por conta da cabeça latejante, e as pernas formigando, levantou indo em direção a cozinha e sentindo os olhos arderem com a luz do dia adentrando por uma das janelas de vidro fumê quebrada. Abriu a geladeira sentindo o ar frio bater em seu corpo, estremecendo fortemente ao perceber que estava de pés  descalsos. A geladeira estava vazia, as poucas coisas que se encontravam ali dentro eram duas garrafas de vodka pela metade e uma caixa de leite.

Jimin pegou a vodka.

Voltando para o quarto que estava igual a uma zona de guerra dando goles grandes na bebida, ligou o ecrã do seu celular vendo o horario. 07:00.

--- Eu daria meu cu só pra não precisar ir pro trampo hoje. Puta que pariu! --- Resmungou alto, jogando o celular quase descarregado em cima da cama bagunçada e respirando fundo.

Se sentia podre. E de fato, era. Park Jimin vivia na geração "Acorda cansada", porque nunca bastaria horas de sono para uma alma desgastada. Entretanto, o Park não defendia o vitimismo, e sabia que a vida não era complicada, mas que na verdade, nós é quem complicamos e tornamos tudo uma porra.

Ele encarou a parede azul do quarto e sentiu tudo a que, ao mesmo tempo, não sentiu nada.

Porque sua cabeça era tão cheia, que por querer se tornar tanto, acabou se tornando nada.

Mas ele não podia esperar que alguém cagasse dinheiro na sua cabeça, então, tendo vinte minutos pra se arrumar e ir até o ponto de ônibus, ele tomou um banho rápido sentindo a cabeça ficar um pouco mais leve e o corpo relaxar. E depois de fazer toda sua higiene e se vestir, tomou mais um gole de vodka e saiu de casa. Sem nada além de sua mochila com seu uniforme e um pouco de dinheiro. Ele não levou o celular. Até porque não tinha ninguem à quem ligar, e nem quem ligasse para si.

E chegando no posto de gasolina em que trabalhava, cumprimentou seus colegas.

--- E aí, cara --- se dirigiu a Namjoon, um homem alto que sempre usava uma toca preta nos cabelos platinados, e que descolava um chá para o Park, e de vez em quando, uma foda. --- Já 'ta com todo o movimento hoje. O dia vai ser foda.

Uma risada seca veio do outro.

--- Foda vai ser quando você deixar eu te foder, rosinha. --- Um sorriso malicioso e sarcástico morava naqueles labios grossos o tempo todo.  Talvez fosse o seu muro de proteção. O sarcasmo e a falsa impressão de que não se importava com nada e com ninguém.

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⏰ Última atualização: Jun 05, 2020 ⏰

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