Cap 3

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Oh, querida, vai ficar tudo bem. – disse a tia de Sooyoung e Jungkook, abraçando a sobrinha já dentro da casa da fazenda.
O tio sentou-se no sofá, olhando Sooyoung nos braços da esposa e Jungkook sentado no sofá da frente, chorando enquanto segurava firme na mão de Momochan .
Na grande sala havia também mais três garotos que nenhum dos quatro amigos conheciam. Um loiro, um de cabelos castanhos bem claros, e um outro de cabelos escuros. O do meio parecia ser da mesma idade que os quatro ali, enquanto os outros dois eram, claramente, mais velhos.
E alem dessas pessoas, ainda havia o dono da casa e da fazenda.
- Essa dor vai passar. – confortou o velho, enquanto o relógio batia onze e meia da noite.
Sooyoung o olhou com cara de poucos amigos.
- É, passa rapidinho, eu só preciso esquecer que meu primo acabou de morrer. – disse grossa, com a voz embargada.
Jungkook lançou um olhar de reprovação a irmã, que apenas deu os ombros discretamente.
- De qualquer forma. – o velho tornou a dizer. – Vocês têm de se acalmar.
Ele começou a andar pela sala.
- Nós vamos ficar aonde? – Jungkook perguntou ao seu tio. – Digo, por mim, claro que eu, a Rosie , a Sooyoung e a Momo poderíamos ficar em um hotel, mas daí o senhor terá que ligar para os meus pais.
O Sr. Kim abriu a boca para dizer algo, mas foi interrompido pelo velho dono da fazendo.
- Eu já disse aos seus tios que faço questão que todos fiquem aqui, com o meu neto e seus amigos. – ele disse. – Portanto, enquanto não conseguirem reerguer a mansão, poderão morar aqu.
Sooyoung virou o rosto para olhar a tia.
- Vocês já avisaram ou anda vão avisar meus pais?
- Ainda não avisamos, querida. – ela disse. – Não queríamos dar uma notícia dessas por telefone.
- Vocês poderiam ir até Jeju. – disse Jungkook Todos os olhares voltaram-se para o rapaz. – Digo... Bom, nós não vamos morrer se ficarmos alguns dias sem vocês, né?
- Ele está certo. – manifestou-se o rapaz mais novo. – Digo, se nós vamos ficar aqui, poderíamos ficar todos juntos, não é?
- O Jungkook tem razão. – o loiro então disse. – Nós estamos sozinhos aqui, mesmo. Poderíamos ficar todos juntos.
Sooyoung correu os olhos para o loiro, e encontrou seu olhar. Eles ficaram se encarando por um longo minuto.
- Ele tem razão. – ela disse, podemos ficar aqui.
O Sr. e a Sra. Kim  olharam para o velho no meio da sala.
- Tem algum problema deixá-los aqui? – a mulher perguntou.
O velho homem sorriu.
- Mas é claro que não.
O Sr. Kim levantou-se e viu Sooyoung sair do abraço da esposa para que ela fizesse o mesmo.
- Bom, vamos dormir então e amanha, se tudo der certo, sairemos antes que acordem. – os dois disseram, deixando a sala.
O velho suspirou.
- Bom, eu também vou dormir. – olhou para os sete jovens na sala. – Juizo, os sete...
Ele então também deixou a sala, fazendo com que o lugar mergulhasse em um denso silêncio.
Jungkook suspirou alto e levantou-se indo até Sungjae.
- Você é o  Sungjae, né? Yuki Sungjae? – perguntou. – Eu ouvi falar que você entrou lá e... Bom...
O rapaz forçou um sorriso.
- É, eu entendi... Prazer...
Jungkook aceitou a mão do loiro.
- Prazer... Kim Jungkook ... Ou Jeon Jungkook , se você preferir.
O loiro riu.
- Estes são meus amigos de Jeju. Kim Heechul e Do Kyungsoo .
- É. – disse o do meio. – Mas pode chamar só de Heechul ...
- E D.O aqui.
Jungkook sorriu para os mais novos amigos.
- Bom, Sooyoung , minha irmã. – disse apontando para a menina e depois se voltando para as outras duas. – Rosé e Momo , minhas melhores amigas... Bom, já são parte da família também...
As devidas apresentações foram feitas e logo os sete jovens estavam entretidos em uma conversa animada, mas ainda com vestígios evidentes de tristeza. Os sorrisos sempre desapareciam quando, de alguma forma, algo que lembrasse Nanjoom fosse mencionado.
- Ai, eu to com sono. – disse Sooyoung , levantando-se.
Sungjae olhou para a menina com um olhar de fascínio e sorriu.
- Amanha podemos sair. – ele disse sorridente, vendo Momo e Rosé abafarem risadas e Jungkook olhá-las confuso. – Digo, nós sete... Sabe, aqui tem um zoológico muito legal... Lá tem o totem...
- O famoso Totem? – Jungkook perguntou. – É a atração da cidade, né?
- É sim... É o único Totem de toda a Coreia, pelo que sei... –D.O  respondeu. – É enorme... E muito bonito também.
Momo e Rosé sorriram.
- Então está decidido. – elas disseram. – Vamos ao Totem.
- Bom, até amanha, então. – Sooyoung disse, se virando para sair mais voltando no segundo seguinte.
- A propósito, onde vamos dormir? – perguntou.
Sungjae novamente sorriu bobo para a menina.
- O corredor da esquerda tem dois quartos grandes. Vocês, meninas, podem dormir lá no segundo... O Jungkook dorme com a gente no primeiro.
Ela correspondeu o sorriso do rapaz.
- Está bem então... – disse.
Ela fez menção de sair dali mais uma vez, mas assustou-se com o barulho alto do relógio, que bateu a primeira das doze badaladas da meia noite.
Pôs a mão no peito, ofegante. De repente parecia que tudo estava passando em câmera lenta diante dos seus olhos.
Ouviu a segunda badalada e contraiu seus olhos, tonta.
A terceira, e levou as mãos a cabeça, sentindo um zunido agudo no ouvido.
Bateu a quarta vez, e ela abriu os olhos, vendo todos na sala olharem curiosos para ela.
A quinta badalada foi ouvida e ela estreitou os olhos, focalizando melhor a imagem a sua frente.
O relógio bateu a sexta vez e então ela viu um homem parado no meio da sala.
Era um velho que aparentava ser um mendigo. Suas roupas estavam rasgadas e a barba longa cinza de sujeira. As unhas estavam sujas e compridas e haviam manchas pretas na sua pele levemente morena.
Ouviu-se a sétima badalada.
- Quem é o senhor? – ela tentou perguntar, mas não ouviu a própria voz.
O velho homem estendeu a mão para ela e o relógio bateu a oitava vez.
- Quem é o senhor? – ela tornou a dizer, novamente não ouvindo som algum sair boca para fora.
A expressão no rosto do homem era severa... Até mesmo raivosa.
A nona badalada soou alto.
Ela deu um passo a frente, aproximando-se do homem. Ele desviou o olhar dela, correndo os olhos pelos outros jovens do lugar.
Olhou Jungkook , Rosé , D.O...
O relógio bateu mais uma vez.
Olhou Heechul, Momo .
A décima primeira badalada se fez audível.
Parou o olhar em Sungjae e depois de uma fração mais longa de segundos encarando-o, voltou a olhar Sooyoung .
Levou o dedo indicador a própria garganta e fez um sinal brusco e ameaçador.
Ela gritou assustada, junto a décima segunda badalada do relógio e jogou-se para trás, caindo sentada na poltrona atrás de si.
- Sooyoung , você tá bem? – D.O perguntou, franzindo a testa.
- Quem era aquele cara? E quem ele pensa que ele é? – ela perguntou desnorteada.
Dougie franziu o cenho.
- Não tinha nenhum "cara" aqui!
- Mas eu vi! – ela disse, controlando a respiração. – Eles estavam aqui, bem no meio da sala. Entre D.O e Momochan e em frente a Rosé .
- Joy , sério, não tinha ninguém aqui. – Jungkook disse.
Ela piscou várias vezes sem dizer nada. O homem não estava mais lá.
Ela abraçou o próprio corpo, ainda com a sensação de estar sendo observada.
- Ai, eu devo estar tendo pesadelos antes de dormir. – ela disse, fazendo os outros rirem. – Boa noite.
Ela virou-se, olhando pelas janelas e vendo apenas a escuridão da grande extensão de terras.
Balançou a cabeça e rumou para o quarto, sentindo que precisava dormir.

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