Olhos da noite

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Em 1768, morreu o imperador da Transilvânia - o Drácula. Todos o respeitavam e o adoravam por ser muito bondoso e generoso, levando até cidadãos para um banquete em seu castelo; ele não precisava do sangue de humanos. Esses vampiros realmente existiram mas foram extintos há milênios, mesmo que os conservadores achem que não. Ao contrário a que as lendas dizem, os vampiros não são imortais e nem demônios, eles apenas são mais ágeis e mais fortes que os humanos e isso leva eles necessitarem de muita carne vermelha.
Depois da morte de Drácula, todos ficaram angustiados com a forma de sua morte e com quem iria assumir seu cargo. Mais tarde, foi descoberto que ele foi assassinado com uma adaga cravada em seu coração por um padre maltrapilho que morava em um casebre abandonado. Como ato de vingança, foi queimado vivo em praça pública para que todos os religiosos recebessem este aviso. Alise, filha de Drácula, foi a público para falar que eles fariam sete dias de luto, e após esses sete dias, ira ter um baile de máscaras e sua cerimônia de coroação na mesma noite, e que todos estavam convidados.
Nesses sete dias, foi feito um altar na frente do castelo. Muitos habitantes foram colocar sua rosa e desejar seus pêsames a futura imperatriz. Um rapaz com um longo sobretudo e capuz foi ao altar e colocou uma rosa azul no topo do monte de flores, foi à frente de Alise e curvou-se para ela. Depois, virou as costas e foi embora. Alise ficou confusa e curiosa para saber quem era o rapaz.
No baile de máscaras, o castelo foi rapidamente preenchido com pessoas de máscaras simples e criativas; também tinham os rapazes que tentaram de tudo para agradar e bajular Alise. Ela andava e conversava com seus convidados, porém ela estava mesmo procurando o "cara do capuz". A mulher olha para todos os lados a sua procura e, quando ela olha para a porta, vê um sobretudo escuro passando. Ela corre com seu vestido na mão para não tropeçar e chega ao jardim, achando que o perdeu de vista, todavia percebe a presença de alguém ali; quando olha para trás, tem uma pessoa ajoelhada cuidando das rosas azuis.
— Ola? — Ela diz.
Ela olha para o lado e da para ver melhor que é uma mulher e que está com uma máscara simples, preta, que cobre apenas seu nariz e em volta de seus olhos - que são negros como a noite - e seus cabelos pretos raspado do lado.
Ela se assusta, escorrega em uma poça e cai; mas rapidamente levanta, ajoelha e a entrega uma rosa. Alise fica envergonhada e avisa:
— Su.. sua mão 'ta sangrando.
Ela se esqueceu dos espinhos da rosa.
— Merda.
— Calma, tem uma torneira aqui no jardim. Vamos lavar sua mão nela.
— Obrigada, senhorita. — Diz ela sorrindo
— Qual seu nome?
O alto badalar do sino avisava que estava na hora da coroação.
— Vá. A senhorita precisa ir, vossa majestade.
Alise corre até o salão principal, onde todos já sem as máscaras estavam a sua espera. A garota andou devagar até a frente, virou-se para os cidadãos e disse:
— Eu, Alise Drácula, assumo este cargo em função de ajudar e proteger meu povo, para que não haja desigualdade, intolerância ou racismo e sim, paz, amor e compaixão. Infelizmente, tivemos a perda não só de um grande líder, mas de um pai maravilhoso e eu espero ser tão boa quanto ele. — Ela se emociona e enxuga sua lágrimas para não estragar sua maquiagem.
Todos se alegram e comemoram por ter uma líder tão respeitosa.
No dia seguinte, Alise ainda muito curiosa, queria saber quem era a mulher, pois não pôde ver seu rosto. Então, ela pediu para um dos servos para espalhar a notícia de que: "a mulher com os olhos tão negros que escurecera o escuro céu da noite, com o sorriso lindo que até as estrela sentem inveja, e que seja humilde e meiga, venha ao castelo para conversar, amanhã ao meio dia".
Como esperado, 6 mulheres foram para o castelo e Alise conversou individualmente com cada uma, mas infelizmente não era nenhuma delas. Algumas tentaram se passar pela mulher todavia com algumas perguntas já foram descobertas. Estressada, Alise foi para o jardim, um dos seus lugares favoritos para relaxar. Quando chegou lá, havia uma mulher cuidando das flores, o que a deixou espantada. Então, pergunta:
— Quem é você? Você não é nenhum dos meus servos.
Com um sorriso no rosto, ela responde:
— Vossa majestade, tem belas flores aqui, sabia?
— Responda o que eu perguntei.
— A senhorita não lembra de mim?
Alise não se recorda, mas ela parece familiar.
— Sou eu, do baile de máscara. A mulher que furou a mão com os espinhos.
— Você!
— Parece que se lembrou.
— Sabia que eu 'tava te procurando?
— Você diz aqueles cartazes?
— Sim. Se você sabia, por que não atendeu ao pedido?
— Porque eu não sou do jeito que você descreveu. É assim que a senhorita me vê?
Alise fica vermelha e responde gaguejando:
— Na.. Não, é que assim seria mais fácil de achá-la.
A mulher ri e diz:
— Acalme-se, eu estou apenas brincando. A propósito, me chamo Carmélia.
— Eu me chamo Alise.
— Foi um prazer conhecê-la, Alise.
— Igualmente. Ei espera!
— O que foi, senhorita?
— Não precisa ficar me chamando de senhorita, me chame de Alise.
— Ok, senhorita Alise.
Alise sorri e diz:
— Só mais uma coisa, Carmélia, você gostaria de almoçar comigo amanhã?
Alise e Carmélia ficam avermelhadas e Carmélia diz:
— Se.. Séria uma honra.
— FANTÁSTICO... digo, esplêndido.
— Eu virei buscá-la então.
No dia seguinte, ambas estavam muito nervosas. Alise estava com um vestido pequeno branco esperando ansiosa por ela. Quando Carmélia chega, ela desce para abrir a porta para Alise, que acha um ato muito fofo.
Após o almoço, elas saíram andar pelas ruas, pelas lojas... estavam se divertindo muito. No fim da tarde, Carmélia disse com um grande sorriso no rosto:
— Ei eu preciso mostrar uma coisa para você.
_ A, ok.
Ela segura a Mão de Alise e elas correm até um enorme jardim com todo tipo de flores.
— Eu gosto de vir aqui desde quando era criança.
— Isso é lindo.
— Que bom que gostou.
Alise olha nos olhos de Carmélia, que parecem a atrair cada vez mais perto, e até que enfim elas se beijam - parecia que as flores reagiam ao amor delas, ficando cada vez mais fortes e coloridas ‐ passaram-se meses, mas para elas o tempo estava parado. Seu amor deixava tudo melhor.
Uma certa noite, quando elas estavam se arrumando para dormir, Carmélia pede Alise em casamento e é obvio que ela disse sim ‐ com grande emoção. De manhã, chamou toda a população para contar a todos e, quando dada a hora, Alise anuncia seu casamento. Ao contrário do que pensava, há vários murmúrios. Carmélia grita:
— O que foi?
Um cidadão em meio a multidão diz:
— Uma mulher se casar com outra?
— E qual o Problema?
— Isso não é certo.
— Quem é você para falar o que é certo ou não? Bem, se vocês questionam meu amor pela imperatriz, falem um desafio para que eu possa provar.
— Mate a Fênix no alto da montanha. Por noites a fio ela grita e atormenta nosso sono.
Alise preocupada diz:
— Você não precisa fazer isso.
— Eu farei e trarei a sua cabeça.
Após todos irem embora Alise e Carmélia discutem:
— Como pode você aceitar algo tão estúpido?
— Eu farei tudo para que possamos viver juntas.
— Eu só não quero que você se vá...
— Quando eu matar a Fênix, voltarei para você, minha linda.
— Só não morre, 'tá?
Elas se beijam.
No dia seguinte de manhã, Carmélia sai se encontrar com a ave. Depois de horas andando e escalando, ela encontra o ninho. Camélia se aproxima lentamente para que não perceba sua presença mas, quando saca sua espada, a Fênix ouve um barulho e voa. No ar, consegue ver Carmélia e fica furiosa, partindo para cima da mulher, que tropeça e cai. A Fênix fica em cima dela e berra em seu ouvido, fazendo Carmélia suplicar por sua vida:
— Por favor, não me mate. Eu preciso voltar para minha noiva.
A Fênix parece confusa, mas encosta a sua cabeça na testa de Carmélia, que estava paralisada de medo. Ela abre os olhos e está em um espaço preto com a Fênix em sua frente e a ave diz:
— O que você veio fazer aqui?
Surpresa, ela diz:
— Espera, você fala?
— Responda.
— Eu vim provar meu amor pela minha noiva, o matando.
— Por que isso? Vocês já são noivas, então, por que provar seu amor?
— Os cidadãos do reino não aprovam nosso amor.
— Então estava disposta a arriscar sua vida em troca de estar com sua amada?
— Sim.
— Entendo. Eu também tinha uma esposa. Caçadores a mataram por puro prazer e eu os matei por vingança, contudo isso não ajudou em nada.
— Por isso chorava durante a noite?
— É. Vejo que seu laço com sua noiva é muito forte, então eu farei um favor a você: deixarei que me mate e darei como presente de casamento os meus poderes para você e sua noiva. Enquanto seu amor existir, vocês viverão para sempre.
— Está bem.
Carmélia acorda e corta a cabeça da Fênix, levando-a para o reino. Depois disso, todos os cidadãos a respeitaram. Semanas depois, teve a cerimônia de casamento e logo depois sete dias de festa em todo reino. E até hoje vive o amor de Carmélia e Alise; elas andam pelo reino, almoçam juntas e vão para o jardim juntas.

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