Capítulo 18 - An advice

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Lisa caiu de joelhos no chão do seu quarto, vasculhou embaixo da cama e arqueou os olhos quando finalmente achou o envelope roxo chamativo. Pegou entre seus dedos longos, em seguida se ergueu.

"Porra! Finalmente..." Disse com um leve suspiro de alívio, virando o corpo, indo em direção à porta. 

Precisava contar para a única pessoa que ainda não sabia da proposta, seu prazo estava acabando.

Suas amigas haviam reagido da melhor forma possível, quase enfiando ela dentro do avião no primeiro voo com destino a Orlando. Seu rosto contraiu em um sorriso com a lembrança.

Deu um pulo, projetando seu corpo de lado, e sua bunda facilmente deslizou pelo longo corrimão da escada. Após estar no térreo, se deparou com a casa escura. A única luz acesa era da sala de jantar, que fazia uma penumbra nos móveis, e Lisa podia ver as sombras das coisas, quase fantasmagóricas, mas não se incomodava com isso, era um tanto destemida e acostumada.

Atravessou o vão retangular e grande, se dirigindo para o sofá da sala de televisão e se afundou nele com o envelope de material espesso e chamativo. Sua mão não demoraria a chegar. Chitthip teria apenas um jantar com alguns novos investidores da empresa.

A tailandesa tirou o celular do bolso para checar as horas, e a tela iluminou seu rosto bonito. Era quase meia noite, constatou e escutou o som de saltos pisando sobre o porcelanato caro, anunciando a entrada da sua mãe.

O barulho se aproximava dela, toc, toc, toc, cada vez mais perto, até parar de repente. Esticou o pescoço, e logo seu corpo descolou do sofá.

Sra Manoban achou graça da cena protagonizada pela sua filha. Lisa parecia aquelas esposas neuróticas que esperava no escuro o marido chegar em casa tarde da noite, para perguntar onde diabos ele se encontrava. Mas antes de soltar algum comentário sobre isso, mesmo na penumbra da luz fraca do cômodo ao lado, observou o envelope nas mãos da filha e soltou um leve suspiro.

Sabia exatamente do que se tratava.

Fazia tempo que havia recebido um envelope igual da treinadora de Lisa, e ficou sabendo do conteúdo através dela, antes mesmo de abrí-lo. Apesar do conhecimento do assunto, esperou sua filha tomar a iniciativa. 

Sua postura cedeu, relaxando os ombros e ajeitou o cabelo estilo Chanel, colocando alguns fios para trás. "Finalmente você quer conversar... por um momento pensei que você iria recusar..."

Lisa franziu a testa se erguendo completamente do estofado. "Mãe... você sabe sobre isso?" Balançou o envelope entre seus dedos.

"Bom, você acha que foi a única que recebeu um desses...?!" Desdenhou erguendo o canto dos lábios e balançando a cabeça negativamente, enquanto desabotoava o único botão solitário em seu sofisticado blazer rosa pastel. 

A mais nova ergueu a expressão completamente estarrecida, levantando suas sobrancelhas. "Pensei..." Depois tencionou os lábios em um sorriso de canto. "Pensei errado..." Deu de ombros.

"No meu escritório?" Sugeriu, embora não esperou respostas e se dirigiu para lá. Sabia que Lisa iria atrás dela. 

O escritório da sua mãe pertencia como qualquer lugar da casa, no entanto, poderia contar nos dedos quantas vezes esteve lá nos últimos tempos. Era raro ter sua presença depois que alcançou um determinado estágio da adolescência. A jovem tailandesa só pisava no cômodo por dois motivos; algum assunto importante, ou para levar bronca.

Então... parando para pensar, Lisa esteve ali só em boa parte da infância. Deixando óbvio que não pertencia a lugares como àquele.

O ambiente era todo elaborado em madeira escura, inclusive suas paredes, três delas eram revestidas de prateleiras e espaços devidamente planejados. Era um mundo de livros e pastas de arquivo.  Apesar disso, cheirava bem.

The Perfect GirlfriendOnde histórias criam vida. Descubra agora