Capítulo 25.1 - Especial, por Roseanne Park

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Vários lustres de cristal despencavam do teto, com formatos arredondados e de tamanhos e diferentes alturas.  A mesa quadrada de madeira escura, compacta de oito lugares, ficava exatamente embaixo do desenho sofisticado pela iluminação amarela. 

Rosé estava arrumada. Arrumada demais para quem iria jantar em casa. Seu vestido preto de alcinha, um tanto básico, mas sofisticado, daqueles que bastava alterar os acessórios que estaria arrumada para qualquer ocasião.

Aliás, deveria ser uma peça de roupa que toda garota deveria possuir no guarda roupa.

Seus saltos também eram pretos e finos. Seus cabelos tinham algumas mechas loiras presas em um pequeno laço delicado de mesma cor, atrás da cabeça.

A loira odonto ocupava uma das poltronas em tom nude elegante, enquanto encarava seu prato de camarão ao molho branco com uma espécie de risoto de arroz branco, quase intocável.

Seus olhos, um tanto cansados, subiram e observou seu rosto petulante e prepotente, contudo bonito, sendo refletido de forma engraçada pela taça de vinho antes de tê-las nas mãos. 

Sua respiração foi longa.

A mesa oferecia um banquete, com vários pratos sofisticados e aleatórios, dando a ela a possibilidade de comer qualquer combinação de sua preferência.  Mas para a menina que era insaciável, nada lhe agradava e isso só significava uma coisa; Senhor e Senhora Park estavam em casa.

Rosé logo fechou olhos e quase gemeu, fazia pequenas notas mentais para tentar abstrair tudo que escutava por pelo menos uma hora. 

Seu pai se sentava na ponta ao seu lado, trajando um terno alinhado e caro. Falava alguma coisa enquanto sua mãe, não menos arrumada a sua frente, simplesmente acrescentava pequenas frases, completamente desnecessárias. Na verdade, para Chaeyoung, tinham apenas uma intenção: tornar ainda mais desagradável o discurso.

No entanto, parou completamente de escutar quando seu pai começou mais uma vez tentar convencê-la de prestar relações internacionais em uma das melhores faculdades da Nova Zelândia. Para Chae, isso só poderia indicar algum interesse próprio.

Por sorte, por outro lado, para o desgosto dos pais, havia um certo tempo que a loira odonto não fazia mais a vontade deles. Quero dizer... anos.

Ela pensava que os amava, afinal era seus pais! Contudo, eram insuportáveis – quando não estavam reclamando, estavam cobrando, ou impondo as coisas. Mas o que mais chateava a líder de torcida desde criança era que eles eram, sobretudo, ausentes.

Então, apesar do sentimento incompreendido, acabou depois de algum tempo se acostumando e até achava que preferia ficar sozinha, na sua própria solidão dentro da sua casa cheia de funcionários.

Seus olhos abriram quando finalmente se deparou com o silêncio.

"Pai, eu não vou." Disse ela casualmente. "Aliás, já escolhi a faculdade. Querendo vocês ou não... eu vou ficar na Korea." 

Rosé virou o vinho em um gole só, sem se preocupar com aquelas figuras importantes ao seu redor. Limpou o excesso que escorreu pelos seus lábios com o guardanapo de pano que repousava em seu colo, em seguida o jogou em cima da mesa.

"Se me derem licença, não estou com fome." Adicionou se retirando da mesa.

"Roseanne!" A voz do Sr Park saiu rude.

Ela se virou rápido, ao ponto de seus cabelos longos voarem com o movimento, e o encarou com um olhar penetrante. "Sério, pai! Nem se dê ao trabalho. Quando é a próxima viagem? Amanhã, no fim de semana?"

The Perfect GirlfriendOnde histórias criam vida. Descubra agora