Érin
Eu nunca me senti tão consumida por um misto horrendo de raiva e angústia, talvez, decepção. Eu não esperava que essa sala me levasse direto para a minha mãe, eu não esperava Brandon se declarando, e definitivamente não esperava que eu, Érin Charlotte Grey, estivesse ali naquela sala de comando com aquelas ilustres figuras.
Estávamos cercados por computadores, sistemas de segurança, câmeras e botões que eu preferia não saber para o que existiam. Eu não podia falar o mesmo de Brandon, ele parecia fascinado, como se nunca se imaginasse em outro lugar.
Talvez aquele fosse mesmo o sonho dele. Eu nunca perguntei para falar a verdade.
Minha mãe falava várias informações, que aparentemente eram cruciais, mas para mim eram de pouca importância. O êxtase da situação me levava do céu ao inferno, onde eu fui me meter?
- Érin? Érin?! - pude ouvir Brandon chamar.
- Oi? - Respondi.
- Você ouviu o que ela disse? - Que bom que você ouviu Brandon, porque se dependessemos de mim estariamos fodidos.
- Claramente não, ainda estou tentando processar o que caralhos está acontecendo na minha vida, o senhor gostaria de me dizer o que ela disse? Não prometo ouvir cem por cento mas uma parte talvez. - Cuspi as palavras como que demonstrando o terremoto dentro de mim, Brandon não merecia isso, mas eu estava me defendendo, de algo que nem eu conhecia.
- Quase transformamos as pessoas da escola em debilóides. - Ele afirmou.
- Peraí, que?! Enquanto você não me explicar direito e com palavras menos... aleatórias, eu não vou entender porra nenhuma. - Eu não queria entender, Brandon.
- Acho que vou deixar vocês à sós por alguns minutos. - Clarissa... Mãe, falou, e assim o fez, nos deixando sozinhos na sala, nós e as câmeras que nos vigiavam.
- Brandon... Eu sinto que nós temos que conversar. - Eu exclamei, precisava de uma forma ou de outra resolver os problemas da minha lista, como se eles fossem pontas soltas que eu necessitasse aparar.
- Érin, tem algo muito maior que nós acontecendo, eu não sei o que você quer discutir, mas talvez não tenha tanta importância assim... - Dava para sentir a hesitação em sua voz, ele queria falar sobre aquilo.
- O que você disse na sala, é verdade? - Encarei seus olhos com fervor, ele não ia dar uma desculpa de novo para fugir de nossa conversa.
- Eu sou apaixonado por você, Érin. - o mais alto disparou, e eu engoli em seco. - Desde que eu me entendo como gente eu sonho com um nós. - Habilmente desviando o olhar ele parafraseou a próxima sentença: - E... eu to com medo, Érin, com medo de tudo isso que a gente se meteu, com medo de toda essa história que a gente criou, com medo de que essa não seja a nossa história, pelo menos não foi isso que eu imaginei para você e eu.O silencio se instaurou na sala, eu não sabia o que falar, eu não sabia pontuar o que eu sentia, se eu sentia. De repente todos aqueles "nós", e "nossa história" pairavam sobre meu ser, corri, e o abracei, se ele estava à beira do despenhadeiro, eu já havia caído à muito tempo.
- Eu não sei o que é esse... nós, mas eu to aqui, e você também, e a gente vai superar isso, você e eu, assim como algo entra, algo tem que sair.
Brandon
Sabe aquela sensação de que falta algo? Não, não faltava nada entre mim e Érin naquele instante, mas a grandeza de detalhes mais diversificados no mundo não seriam capazes de demonstrar a sensação dos braços finos de Érin ao meu redor.
Por um momento, senti que estávamos novamente na mal iluminada Sala dos Milagres, sentados no chão frio, sentindo falta de ar (pois quem quer que tenha sido o arquiteto daquela escola foi burro em não colocar uma ventilaçãozinha ali), e com Érin, Érin Charlotte Grey, a garota que o nome completo assusta os alunos do colégio.
A garota em meus braços.
Ali, deixamos de lado tudo que estava acontecendo, e nos permitimos sorrir, algo que não acontecia por um bom tempo...
- Agora eu entendo o pessoal do Big Brother. - Érin nunca resistia a fazer uma piada.
- Eu achei legal, quem quer que esteja monitorando as câmeras deve estar lisonjeado com nossa... reconciliação?
- Eu não to não, Bran. - A voz irreconhecível soou em nossos ouvidos através dos aparelhos sonoros no teto do cômodo. - Eu realmente não esperava te ver aqui depois de todos os meus conselhos.
- Hunter, eu acho que esse é um encontro inesperado para todos nós. - Afirmei. - Eu não vou perguntar o porquê de você estar no controle dos aparelhos sonoros pois tenho medo da resposta.
- Ah irmãozinho... você tem medo de tudo, não mudou nada. Para começar minha história, você que invadiu meu emprego.
- Opa opa, pera lá campeão, com invadiu você quis dizer: "foi sequestrado" né? - Érin debochou.
- Você também não mudou muito no jeito, Grey.
- O colégio não sentiu nem um pouco sua falta, Rowland. - Disparou a garota.
Ta aí a amizade provavelmente mais estranha da época que Hunter estudava em nosso colégio: Ele e Érin eram melhores amigo.
Até ele sumir. Hunter de um dia para a noite (literalmente), desapareceu, ninguém sabe para onde foi, agora sabemos, a única pessoa que ele respondia era eu.
- O que deve estar passando na cabeça de vocês é a explicação que é necessária. Sua mãe pediu para que eu viesse aqui dar essa explicação, Érin. - Vi o lábio inferior de Érin tremer com a menção à sua recém aparecida mãe - Então... vamos começar, Bran, eu sei que você tem um bloquinho de notas no seu bolso da camisa, então pegue ele, na mesa deve ter uma caneta, você vai precisar anotar a maioria das coisas que eu falar.
- Ok. - Afirmei logo pegando os respectivos itens e ficando à postos sentado no chão com Érin ao meu lado apoiando sua cabeça em meu ombro, em uma circunstância normal aquele simples posicionamento me deixaria totalmente desfocado, mas agora, o foco era meu nome e sobrenome.
- Tudo começou... à 1 ano atrás.
...
Bom meu povo...
Miracle ta chegando em sua reta final, eu juro que tudo vai ser explicado, os capítulos vão ser um pouco maiores a partir daqui, e espero que vocês gostem...
Na legenda uma música que eu ouvia enquanto escrevi esse capítulo.
YOU ARE READING
Miracle ¤ Brandon Rowland [CONCLUÍDA]
FanfictionOnde Érin chuta a parte íntima de Brandon e eles acabam em detenção, só não esperavam se meter na confusão que aquele porão havia se tornado. Não liguem para os emojis pelo amor de Deus.