Brandon
— Eu ainda quero entender o que fazemos em Long Island com um jatinho. — Anunciei após sair do veículo desligado.
— Eu não gosto dos helicópteros... — Hunter respondeu, meia resposta não é resposta na verdade, mas para o Hunter, tudo é resposta.
Já que meu irmão não estava muito comunicativo, resolvi ir para a minha intuição, como se dedução não houvesse matado ninguém antes.
Meu tio John ainda vivia em Long Island, paraplégico. Ele dependia de uma cuidadora chamada Ann, uma doce senhora que fazia o melhor café do mundo, algo que Hunter nunca experimentou, eu acho...
— Você fez alguma visita desde bom... sua...
— Contratação. Essa é a palavra. — Ele me cortou. — Nunca entrei, para falar a verdade, o trabalho é um saco, você vai ver, então no tempo livre eu passeava e dava uma olhada no pessoal aqui nos Estados Unidos.
— Peraí, você me vigiou?
— Várias vezez, e você nem percebia, sabia que você baba feito um troglodita? Acho que parar com o psicólogo não te fez bem. — Ele riu da minha cara, eu pude sentir minhas bochecas ficando vermelhas, de vergonha e de frio.
É necessário que você entenda que a Long Island que estamos falando não é a de Nova Iorque, nada de Percy Jackson e os Olimpianos por aqui. Long Island é uma pacata ilha no nordeste de Miami, uma ilha simples, mas que marcou a história de minha família. Sim, o nome vem do fato de a ilha ser longa e fina, criatividade é um fato.
— Eu tenho o código para resolver o problema do tiozão... — O mais velho começou a explicar. — Ele foi marcado no meu pulso há alguns dias pela equipe de reparação de danos, é só eu entrar na sala, que tudo volta ao normal.
Meus olhos brilharam. Grande parte das brigas de minha família eram sobre o sustento de tio John, afinal, um homem paraplégico dificilmente consegue trabalhar, e meu pai e meus tios e tias sempre tínham que debater sobre como cada um poderia ajudar, o que causava gigantescos conflitos.
— Isso é incrível, Hunter. Tio John hábil de novo é algo maravilhoso. — Me expressei.
— Esse é o resultado que não me deixou desistir esse ano, Bran. — Ele sorriu.
Seu sorriso estava diferente, haviam nele tons de pureza que me intrigavam a refletir sobre o agora homem à minha frente. Hunter há um ano não tinha toda essa maturidade, não tinha essa confiança, era insolente, e não pensava na consequência das coisas, mas ele mudou o tanto que alguém poderia mudar, e eu tinha orgulho disso, pois o mérito era somente dele.
Chegamos à porta da casa de meu tio, a luz da janela da cozinha estava acesa, o que significava que alguém estava acordado ali, paramos ali, Hunter um passo à minha frente, se virou e disse:
— Vamos salvar o dia nessa porra.
Érin
Batemos na porta do apartamento da mãe de Kristen rapidamente, a mulher aparentemente não estava em casa.
— Eu achei que seria mais fácil. — Minha mãe suspirou.
— Talvez ela esteja na casa do pai dela. — Foi minha vez de suspirar.
— E você sabe onde fica?
— Não faço a mínima ideia.
Há alguns minutos estávamos dentro de um helicóptero sobrevoando a Irlanda, levanto vento em nossa face acima do Atlântico e do Pacífico, rindo e voando no céu, e ali, procurando Kristen, percebi que eu não sabia o que falar. "Oi, estou sumida não sei quanto tempo, vou ficar um ano fora, tchau vou sentir saudades"? Não, eu não sabia o que fazer, quando a porta que eu havia dado as costas em desistência se abriu, minhas divagações foram bruscamente interrompidas.
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Miracle ¤ Brandon Rowland [CONCLUÍDA]
Hayran KurguOnde Érin chuta a parte íntima de Brandon e eles acabam em detenção, só não esperavam se meter na confusão que aquele porão havia se tornado. Não liguem para os emojis pelo amor de Deus.