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“Você sempre deve enfrentar e superar os obstáculos que a vida lhe impõe.”
Ele repetiu essa frase mentalmente pelo que pareceram horas, enquanto olhava fixamente para a corda pendurada no ar. Tais palavras — e algumas outras —, ditas por seu herói, sempre costumavam ajudar o jovem Thomas em seus momentos mais difíceis; sendo eles dificuldades reais, como a perda de entes queridos, e dificuldades como essa…
— Thomas, você vai subir ou tá difícil? Ainda tem uns sete alunos atrás de você!
O professor de educação física falou impacientemente para o jovem, que apenas ficou mais nervoso e olhou brevemente para trás, vendo os rostos descontentes de seus colegas de classe.
— C-Calma aí! Eu já… — Ele suspirou. — Já tô indo…
Fechando os olhos, ele tentou ter o mínimo de foco, mas sua mente sempre lhe pregava peças, tentando adivinhar seu futuro para infinitas possibilidades que só acabavam com seu rosto caído no chão.
“Por que eu tenho que fazer isso? Educação física não vai ajudar em nada na minha vida…” Ele pensou.
Flexionando um pouco seus joelhos, o garoto saltou. Suas mãos ansiosamente agarraram a corda, tendo um curto desequilíbrio, antes de começar a subir.
“Não acredito! Eu tô… eu tô conseguindo!” Ele pensou animadamente, por um momento imaginando ser o Homem-Aranha, imaginando como seria a sensação de se balançar em suas teias.
Desde criança, Thomas era um fã assíduo do super-herói. Guardava em suas memórias diversos momentos e lutas do aracnídeo, sejam eles através de imagens ou vídeos postados no YouTube, como também memórias — ele estava entre a multidão de pessoas que assistiram a luta do Homem-Aranha contra o Homem Areia e o Venom em um canteiro de obras. Também ajudava bastante que, quase todo dia, ele visse o Homem-Aranha se balançando em suas teias pelas ruas quando voltava para casa.
Infelizmente, o momento tinha durado mais em sua cabeça, pois logo, ele sentiu um maior desequilíbrio, sentindo a gravidade fortemente lhe trazer para o chão em um baque. Ele soltou um breve gemido de dor, enquanto alguns de seus colegas riam baixinho.
— Muito bom, Sr. Thomas! Mas tente subir para cima na próxima vez, entendeu?
O professor questionou retoricamente, com desgosto, antes de se afastar e apitar para que outro aluno tivesse a chance de se desafiar.
Thomas soltou um suspiro frustrado, antes de ver uma mão estendida em sua frente e pegá-la, se levantando com uma leve dor em suas costas.
