tão perto, mas tão longe

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Onde estou???

Não consigo enxergar nada além de um forte brilho que me mantém inerte da realidade. Realidade a qual não faço a ideia da existência concreta ou abstrata. Pouco tinha a noção de onde, quando e oque se passava naquele vasto nada flamejante. Meus olhos ardiam pela ofuscante luz que irradiava por todo aquele vacou.

Aos poucos aquela luminosidade vai se dicipando e consigo, agora, identificar onde se passa esse sonho.

Estou nas margens do vilarego que cerca o castelo. No fim do meu querido Reino. No começo do desconhecido. Estou no muro que divide o Reino Papillon do Reino Heterocera. A divisa que contém seus segredos guardados a 7 chaves.

Caminho sobre o gramado florido do muro e me encontro cara a cara com sua bela e complexa extensão. Era tão lindo, tão impenetrável, indecifrável e absurdamente completo. Nostalgia bate assim que observo a pequena árvore onde eu costumava refletir e simplesmente me deliciar na complexidade das diferentas espécies de plantas e pequenos animais que ali habitavam. Este era e ainda é um lugar onde frequento muito e sempre que venho aqui me lembro que existe muito para descobrir. Aqui é, de fato, meu lugar favorito em todo o reino.

Olho entre os pequenos brechas entre os galhos que me dão a visão um pouco desfigurada de um menino. Garoto cujas orbes negras e impactantes me fascinam de tão estranha forma que presto total atenção. Seu olhar era muito intenso, seus olhos me hipinotizavam, era como se estivessem revirando toda minha alma sem mesmo precisar do contato físico. Aquela criança do outro lado me soava misteriosamente famíliar, o impacto que aquele olhar me trouxe era o sentimento estranho de nostalgia.

Aquele mesmo garoto inocente que me fez de refém do abismo por traz dos seu olhar, agora me chama para o "outro lado". Ele não disse se quer uma palavra , apenas me encarava com uma intensidade penetrante que me despertou o a vontade inconsciente de atender seu chamado.

Aos poucos vou chegando perto dos arbustos e espinhos que compunham o muro. Eu estava sendo levado pela sensação de curiosidade que não conseguia evitar, mesmo sabendo que se continuasse seguindo reto seria incapaz de atravessar o muro. Fechei os olhos e apenas me joguei sobre a cerca,

Por um segundo senti minha alma sair do meu corpo.

Quando chego na área onde o menino se encontrava, entrei em choque. O lugar era escuro, frio e causava calafrios por todo meu corpo.
Não era o mesmo lugar que eu admirava minimamente através dos espinhos.

Vozes de todos os cantos repetiam palavras que soavam como um pequno susurro desagradável em meu ouvido

"Benjamin, oque faz aqui?"

"Benjamin, pare de ser curioso..."

Senti meu coração sair para fora da minha boca. Já não tinha mais palavras que conseguiriam expressar meu medo. Eu não sou do tipo medroso ou qualquer coisa próxima, mas aquilo era de perturbar até os mais valentes.

Os antes pequenos sussurros começaram a se tornar gritos em um curto período de tempo.

Eu já me via sem saída.

Me encolho no chão tentando de alguma forma me defender. Conseguia sentir a adrenalina em meu sangue, correndo pelas minhas veias.

- Não seja tolo, Benjamin

Todas as vozes se calam e agora o dono da voz era o pequeno garoto, vulgo demônio.

- Oque??

- Não se atrase para o café senhor!

Aquela luz brilhante volta com tudo é então finalmente acordo.

Ou será que ainda estou preso em meu sonho?

Não consigo identificar com clareza, mas tenho certeza que aquela voz era de uma das minhas cozinheiras.

Me levanto e percorro o longo corredor que dava nas escadarias. Assim que observo a escada e o silêncio no lugar confirmo que estou na minha realidade.

Quem foi o gênio que teve a idéia de fazer escadas tão grandes? É sempre um sofrimento para subir e desce-las, inclusive de manhã onde minhas asas ainda estão meio "desativadas".

- Bom dia gato- faço carinho no bichano que me espera no final da escada.

Ele era meu melhor amigo. Ele estava lá na saude e na doença, na alegria e na tristeza. Eu realmente tinha uma relação de muito amor com ele, por mais que eu não tivesse um nome para o gato no momento.

Mas poxa!

Ele merecia um nome digno e eu não tive grande criatividade para tal feito. No final "gato" foi o nome que ele se acostumou.

Chego na mesa e observo que há uma grande variedade de todos os cafés da manhã possíveis. Tudo oque eu mais gosto, mas não oque eu queria ter.

Não que eu seja ingrato, mas dói ver os lugares da mesa vazios. Eu amo meus pais, eles me dão tudo oque eu preciso e quando eles acham espaço, eles passam longos e bons momentos comigo. Eles estão mais distantes desde que eu cresci e entendo que eles têm suas próprias preocupações.

Não quero ser mais uma delas.

Oi povo?

Eu muito feliz que eu finalmente terminei esse capítulo

Eu não tenho previsão de quando será a próxima postagem, mas prometo que ela virá com mais explicações

A é fiquem em casa pelo amor de deus

Bjo😗✊

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