disclosed, criminal minds

(d) Tenha Fé

Se Deus existe por que ele permite que a humanidade faça tais atrocidades?

Se ele existe e permite é por que ele perdeu a fé na humanidade ou por que ele simplesmente não liga? Ellora se perguntava constantemente sobre isso, mas agora enquanto assiste à reportagem que fala desde seu sequestro a prisão de Carson Bennet sente que talvez tenha uma resposta. Ellora cresceu cercada pela palavra do Senhor, ouvindo versículos da Bíblia diariamente em um ambiente católico, mas secretamente questionava, todas às vezes que Marcel pegava no sono e ela podia assistir uma reportagem escondida ela se questionava e conforme crescia e criava suas próprias opiniões ela pensava mais sobre isso. Agora sozinha nessa cama de hotel ela entendeu que acredita para ter uma direção assim como acredita em deuses mitológicos e na ciência. Em tudo é nada ao mesmo tempo. Acredita em uma força maior que pode ser vista como uma ou várias divindades com vários nomes e formas. Ela acredita que a humanidade tem fé porque é melhor pensar que você e tudo ao seu redor tem um propósito. A mulher loira da reportagem falava rapidamente tentando alcançar o assassino que estava cercado de oficiais, Carson parecia não gostar de todas as câmeras apontadas para ele e Ellora conseguia se relacionar, as luzes em seu rosto e perguntas invasivas que faziam era comum no dia a dia dela. Estava aliviada que sairia um pouco dos holofotes, para dar lugar ao defensor dos inocentes, como a mídia gostava de o chamar, a pessoa que assassinou homens que se escondiam atrás de uma fachada, fingindo ser algo que não eram, estupradores e pedófilos que usavam a fachada de padres alguém que poderiam confiar. Irônico.

A porta se abrindo a tirou dos devaneios, mas ela não tirou os olhos da televisão.

— Já estamos prontos para partir — Spencer falou olhando curiosamente para a garota que nem olhou para ele, o homem sabia que ela tinha o escutado e que estava o ignorando por escolha.

Ele ficou um tempo de pé olhando para qualquer lugar, estudando. A pequena mochila em cima da cama, os sapatos sociais colocados ao lado do móvel e a garota sentada na ponta da cama de casal, os olhos vidrados na TV em sua frente, sem som já que ela havia ligado a opção de mudo. Com um suspiro ele fechou a porta e lentamente se sentou ao lado dela.

— Você me acha uma pessoa ruim por ser grata a ele? — Ellora perguntou quando o rosto de Carson apareceu novamente.

— Não, você é grata a ele por inconscientemente ele ter a salvado não pelas suas escolhas ou por quem ele é — Disse — Esse é o seu direito.

— Podemos ir agora? — Ela perguntou se levantando e pegando sua mochila.

...

Quando a equipe falou que iriam para casa de jato ela ficou animada, viu centenas de aviões passando pelo céu e imaginou o quão legal seria estar sobre as nuvens. Agora sentada na poltrona da janela ela gostaria de estar de volta ao chão, não ajudou que Spencer estivesse falando sobre quedas de aviões e quantas mortes ocorriam por este motivo.

— Doutor Reid, pare, por favor — Ela falou com a voz arrastada, apertando fortemente o estofado.

Spencer se calou imediatamente, apertando os lábios e se culpando internamente por falar de mais. Jennifer e Morgan o olhavam com um pequeno sorriso, achando graça que a garota o havia calado. Emily que estava sentada do outro lado do corredor se levantou e parou do lado de Ellora estendendo seu MP3 com os fones, foi recebida com um olhar confuso e com um sorriso sentou-se ao lado da menina explicando como funcionava o aparelho.

Hothcher observava Prenttis criar uma relação de confiança, feliz por estar conseguindo, ambas eram de maior, mas, dadas as circunstâncias Ellora teria que ter professores e principalmente uma figura materna para a guiar e ninguém melhor que Emily Prenttis para isso. Por esse motivo os dois já avisam começado as papeladas. Todos da equipe concordaram silenciosamente que Ellora agora era da família e eles fariam de tudo para ajudá-la.

Se passaram algumas semanas desde que chegaram a Washington, DC. A adaptação não está sendo fácil, ela não tem uma rotina a seguir, está vivendo um dia de cada vez e aproveitando o máximo possível. Aaron tentou deixar Emily em casa por um tempo, mas Strauss não permitiu, não ajudou que Ellora tenha insistido para que a agente não parasse de trabalhar por ela.

Ela estava animada, a equipe ia voltar hoje de um caso de 3 dias e para comemorar o sucesso deles ela decidiu que iria fazer um bolo. Emily havia dado um celular para ela, algo que foi deixado de lado só sendo utilizado para ligações, percebendo isso ela foi presenteada com uma caixinha chamada Alexa que conversava com ela e sabia de tudo.

Ellora cogitou considerar Alexa sua melhor amiga, quando conheceu Esmeralda percebeu que ela sim era sua amiga, a senhora de 62 anos que morava dois andares abaixo havia encontrado Ellora concentrada nos degraus da grande escadaria, a menina por conta do tédio decidiu que era a única coisa que poderia a entreter, Esmeralda logo mudou esse pensamento convidando a menina para sua casa, onde mostrou seus diversos álbuns de fotos e contou diversas histórias que vivenciou.

E é agora que o celular dela virou uma ferramenta essencial, a garota junto a Alexa fizeram um bolo, as coordenadas da inteligência artificial junto a menina que nunca havia cozinhado antes foi o suficiente para que o apartamento fosse engolido por uma onde de fumaça e é claro que ela ligou para Esmeralda imediatamente que prontamente foi ao seu socorro.

A senhora retirou a massa do forno, não estava completamente queimado, mas não tinha a melhor aparecia ele estava ingrime e com uma rachadura o atravessando

— Eu estraguei o bolo — Ellora falou com a voz embargada, lágrimas brotavam em seus olhos e para qualquer outra pessoa que presenciasse aquela cena, falaria que era drama. Esmeralda não era assim, ela entendeu que para a garota o bolo era um grande passo, ela queria fazer certo, sozinha utilizar sua liberdade e agradecer a sua nova família.

— Claro que não querida, tenho chantilly e granulado colorido em casa, vou buscar e o decoraremos — E foi assim que passaram a manhã decorando um bolo com chantilly cor de rosa e granulados coloridos em meio aos risos.