I am a problem!-Semi

1 Weird girl!

POV Selena

Não entendo do porque pessoas bolsistas são tão maltratadas, não que eu seja uma, mas conheço vários na faculdade em que estudo e é ruim ver idiotas jogando na cara do outro que ele não passa de um bolsista, como se isso fosse ruim, você ganhar uma bolsa não significa que você é menos que ninguém, aquele que paga para estudar pode muito bem ter menos capacidade que aquele que é bolsista, classe social não deveria ser algo tão discutido, a qualidade de vida de cada um não deveria fazer parte da vida alheia, cada um deveria cuidar do seu próprio nariz e não opinar sobre a condição de vida do outro, a sociedade hoje em dia só sabe criticar, mas não possuem a mínima capacidade de ajudar aquele que precisa. Todo mundo só entende o outro quando passa pelo mesmo sufoco, você pode compreender o seu próximo, mas nunca vai entender realmente o que se passa, o ser humano só entende quando sente na pele o desespero.

Aonde estudo, metade das pessoas são riquinhas mimadas, existe a parte "inferior", os bolsistas, os nerds e até mesmo alguns descolados, eu estou na classe dos nerds, sim. Não sou do tipo de nerd com óculos e aparelhos nos dentes, mas sou do tipo de inteligente que incomoda os outros e isso acaba fazendo com que eu seja do clube dos transparentes, os que ninguém se importa, nem mesmo tiram tempo para atormentar. Ainda moro com meus pais e se depender de mim, só vou sair quando for pedida em casamento, sei lá, acho que não tem necessidade de sair de casa sendo que meus pais super me amam e querem que eu fique, sinceramente, quem sai de casa achando que será julgado por ainda morar com os pais é trouxa, prefiro e aconselho passar o máximo de tempo ao lado dos seus pais, nunca se sabe o dia de amanhã, aproveite cada segundo. Eu trabalho em uma sorveteria, sou atendente no caixa e as vezes faço alguns turnos como garçonete para ajudar Clary, a coitada as vezes fica enrolada, agradeço aos céus por ter uma ótima chefe, se eu pago minha própria faculdade? Oh não, somente consigo pagar 80% com o salário que ganho, os vinte porcento restantes meus pais me ajudam, eles queriam pagar tudo mas eu não deixei, não quero ser tão inútil assim.

Esses dias chegou uma garota nova na escola, ela vive na parte isolada da escola sem nenhum amigo, não que eu seja a estranha que fica cuidando da vida dos outros mas, tenho reparado que ela sempre está escutando música com seu fone de ouvido enquanto lê livros, que no mínimo são bem interessantes na minha opinião. Todo mundo tem receio até de falar "Oi" com ela, não sei porque, devem achar ela esquisita, até porque, ela vive andando de moletons pretos e calças jeans acompanhado por um par de tênis brancos, parece até uma roupa normal, mas ela a torna diferente pelo simples fato de cobrir a cabeça completamente com o capuz, já consegui ver seu rosto várias vezes e tenho que confessar, ela é linda, seus lindos olhos castanhos numa cor de folhas secas tão lindo, seu queixo com um pequeno friso no meio, aquele pequeno buraquinho que faz seu queixo parecer uma bundinha de bebê é a coisa mais fofa que eu já vi, eu não tenho certeza, mas acho que seus cabelos são castanhos achocolatados e longos, suas sardinhas no nariz indo a caminho das bochechas é simplesmente adorável, eu sei que pareço uma idiota babando nela, Taylor e Miley, minhas amigas, deixaram isso bem claro para mim, mas fazer o que quando se é uma garota bissexual que encontrou a garota mais linda de todo a cidade!? Aí eu sou tão trouxa, eu ao menos sei seu nome.

Já estava na faculdade, para quem não sabe, estudo infelizmente a noite, a escola fica com um aspecto de hospital e isso é agoniante, mas nada que muita gente falando não resolva a tensão do enorme local, eu vim no carro do meu pai, aproveitei e trouxe minhas amigas junto, eu sei, sou uma ótima amiga. O sinal ainda não havia tocado e eu novamente encontrei a garota do capuz preto ao canto no extenso pátio, a vontade de aproximar e perguntar alguma coisa era grande, mas o medo de ser rejeitada e chutada é maior, não costumo julgar pela aparecia mas ela parece não gostar muito de companhia. Sentei em um dos ressaltos colados nas paredes do grande pátio e me encostei ali encarando a garota a uns sete metros de distância de mim.