A Casa ao Lado

283 142 30
                                    

— Quando me mudei, queria um lugar tranquilo, tomar o meu café da manhã antes do trabalho.

— Nós queríamos, mas você decidiu ser o vigilante do bairro. Saia dessa janela, e por favor pare com paranoias.

— Não é paranoia! Tem algo errado acontecendo nessa casa.

— Você já imaginou, se o morador da casa ver você nessa janela, ele vai ficar possesso.

— Ele já me viu!

— O quê? Como já o viu, quando aconteceu?

— Agora! E ele viu você também.

— Que horror! Saia daí, viu o que da cismar com uma pessoa.

— Ele esconde algo!

— E o que você tem com isso, você não trabalha na polícia.

— Fique calma! O que ele pode fazer?

— Você quer descobrir? Eu não, não me envolva nas suas ideias mirabolantes.

— Você é minha esposa, já está envolvida.

— Por favor! Só pare.

— Ok, tudo certo! Você quer que eu pare, e eu vou.

— promete?

— Prometo! Não vou mais ficar de olho nele.

— olhe, ele viu você mesmo?

— Sim, olhou nos meus olhos!

— Você não sentiu medo?

— Não!

— Você mente!

— Está bem! Eu senti, mas só um pouco.

— Podemos ir embora, já nos mudamos tantas vezes.

— Não é preciso! Relaxe, vai ficar tudo bem.

— Não sei, sinto uma agonia.

— Não tem nada com o que se preocupar.

— Você não pode afirmar isso! Brigas de vizinhos não costumam acabar bem.

— Quem está brigando?

— Ah por favor! Você fica olhando, e imaginando que o vizinho não é do bem. Ele olha direto nos seus olhos, ele sabe que nós estamos aqui, e não sabemos quem ele é, e nem qual é o caráter dele.

— Você disse, que é paranoia minha.

— Disse mesmo!

— Então querida, é só eu deixar ele de lado, literalmente, e não vai acontecer nada.

— Tá bem! Vou tentar não ter paranoias, com as sementes que você plantou.

— Você vai ver, não vai acontecer nada!

[...] continua

Pequenos ContosOnde histórias criam vida. Descubra agora