Capitulo 29- O meu primeiro beijo

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E assim foi o meu primeiro beijo. Quem diria né? Que o primeiro beijo de um nerd seria dessa forma.

Se na maternidade me dissessem que o meu primeiro beijo seria numa rua com um montão de pessoas a passar e que ainda por cima seria eu a dar, eu ia voltar pra barriga da minha mãe só por vergonha.

Ou então, se no princípio do ano me dissessem que isso ia acontecer, que eu ia beijar Chelsea, eu chamaria essa pessoa de Kalupeteca.

E relembrando que por um triz não seria a minha crush a contemplar esse momento, mas não, o destino queria que fosse a morena virosca com um cheiro gostoso e que me odiou logo no primeiro dia a fazer isso.

Chelsea continuava estática. Sem nenhuma reação. Devia estar a se perguntar se aquilo mesmo havia acontecido, ou até mesmo, como é que eu, o tímido e envergonhado nerd que perdeu a crush por duas vezes lhe beijou do nada, aí no meio da rua.

E eu?

Se eu bebesse naquele dia, ou fumasse uma liamba  diria que eram os efeitos do consumo que me deram a coragem pra fazer aquilo. Mas não. Eu estava totalmente sóbrio e ciente do que eu fiz. O meu objetivo era que ela parasse de falar, e o desejo de beijar ela aumentou na dose.

- Daniel... o que foi isso? - disse ela ainda sem acreditar.

- Isso? Bem, chama-se beijo, e acontece quando duas pessoas...

- Não desgraçado. Tu me beijaste e... disseste que também me amas.

- Ahm isso. Sobre o beijo, foi algo repentino e... desculpa se fui muito atrevido...mas...

- Daniel para de falar bobagens e me explica sobre o " eu também te amo ". Quando é que eu disse que eu te amo?

- Na madrugada de hoje...durante a chamada que nós fizemos. Tu adormeceste e enquanto eu lia o livro pra ti, no meio do sono tu disseste que me amavas.

- Eu... eu disse isso?

- Sim disseste... e... eu quero saber se aquilo foi apenas efeito do sono ou se tu gostas de mim de verdade, na vida real.

- Danny, eu estou muito confusa... eu não lembro de nada e...

- Eu disse a pouco que te amo, eu te beijei aqui na rua, algo que nunca me passou na cabeça fazer algum dia, e a única coisa que eu te peço agora é que tu me digas se gostas de mim ou não... só isso.

Ela tentou dizer algo, mas não saiu nada de sua boca.

- Eu aprendi a lição, eu não quero perder outra pessoa que eu gosto por causa do meu medo, então me diga... sim ou não?

Ela não conseguia olhar diretamente pra os meus olhos, ao contrário de mim, que não tirava os olhos dela. Eu tremia, o meu coração batia muito rápido, a resposta que viria da boca dela iria mudar tudo. Não me imaginava ser negado duas vezes no mesmo ano, não ia aguentar aquilo. E após eu encontrar a coragem que não sei se saiu da onde pra me declarar pra alguém, não queria que isso tudo fosse em vão.

- Danny... - ela segurou-me as mãos - podemos falar num sítio mais calmo, é que as pessoas não param de olhar pra nós. E estou desconfortável com isso.

Olhei em redor e aí a vergonha que nasceu comigo ressuscitou, todos que passavam olhavam pra nós e os que presenciaram a cena do beijo continuavam parados a olhar como se aquilo fosse uma novela e estavam à espera do "Grande Final"

Eu levei a mão no rosto e comecei a sorrir de vergonha. A ficha caiu... eu realmente fiz aquilo? Na rua? Um gajo tipo tá num sonho. 

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