- Alfredo, rápido... Eles estão vindo-
Disse ao garoto que corria ao meu lado enquanto os guardas do rei Henrique nos seguiam.
Entramos em uma trilha por meio das árvores os despistando, seguro os ombros do menino de aproximadamente 10 anos, estava pálido e ofegante, abaixo em sua frente, entrego-lhe a bolsa de moedas.
- Vá até o nosso esconderijo e fique lá com os outros. Mais tarde irei vê-los e levar comida. Tome cuidado! - Beijo sua bochecha e o deixo ir.
Escuto barulhos de cascos logo atrás de mim, seguro meu vestido e logo corro na direção oposta, escuto um dos guardas, minhas pernas já não aguentavam mais, meu fôlego estava faltando, mas não perdi o ritmo, corri o mais rápido que pude.Rei Henrique era um libertino, cobrava impostos abusivos para poder custear suas festas de luxo enquanto seu povo morria de fome. Tinha um filho, Filipe, este que muitos dizem ser invenção, já que nunca o tinham visto.
Com a peste tudo se agravou, não poderia deixar meu povo padecer. Nós ciganos somos marginalizados, meu padrinho, aquele que me criou era o pároco da cidade, um homem santo, que me ensinou como agir e como portar nestes casos. O roubo não era uma solução cabível.
Mas poderia eu os julgar ou punir por pegarem algo que é do povo por direito?
Preferia morrer ao ver meu povo padecer em meio a miséria e a fome.
E eu faria o possível e o impossível para não deixar meus pequenos morrerem de fome. Nem que eu tenha que morrer pra isso.
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Cigana
RomanceO destino não pode ser controlado ou como muitos pensam a sorte de alguém não pode caber apenas na palma da mão. Lados opostos da moeda, realidades, lutas e ideologias diferentes. O que o amor é capaz de fazer na vida de duas pessoas?