Amor em Alta Velocidade - 2ª Temporada

Capitulo 23

Com uma das minhas mãos ainda a segurar a mão de Daryl, a outra sente discretamente a minha bota.

Se o Ryan acha que vou deixá-lo fazer isso sem lutar...

Ele está concentrado na minha cabeça e não percebe nada, eu fico calma enquanto os meus dedos se fecham ao redor da faca.

Conto até três, e sem me questionar por um segundo, enfio a lamina na coxa do Ryan, que surpreendido solta um grito de dor. Ele abaixa a arma para pôr a palma da outra mão na coxa ferida.

Aproveito a oportunidade para me atirar ao braço que segura a arma, e ambos caímos no chão.

Hayden, perto de mim, conseguir libertar-se dos seus laços, e imediatamente tomou conta do guarda costas, que tinha corrido para defender o Ryan.

Do meu lado, eu tenho imobiliza-lo, enquanto Ryan tenta recuperar o braço que eu prendi no chão. Eu consigo que ele largue a arma, mas ele me dá um pontapé no estômago.

Eu dou um suspiro de sofrimento e me afasto, enquanto ele aproveita a oportunidade para rolar para o lado, deixando para trás uma trilha de sangue.

Ele tenta recuperar a arma, mas eu me atiro a ele e salto para as suas costas.

JULIETA: Tu é que te vais arrepender agora que não puxaste o gatilho mais cedo, Ryan!

Ele tenta fazer com que eu me solte, mas eu estou bem presa, e ele está ferido, o que torna o seu equilíbrio mais frágil.

Hayden finalmente conseguiu derrubar o guarda costas, e começou a correr para a arma.

Ryan, finalmente conseguiu me soltar, e eu caio no chão com um lamento doloroso.

HAYDEN: Carter, já chega! São dois contra um agora!

Ryan olha para ele, e depois dá um pequeno sorriso.

RYAN: Devia ter deixado uma coisa bem clara mais cedo também. Quando disse que não me ia deixar levar vivo... Foi também neste tipo de situação.

Eu corro em direção ao Daryl, enquanto Hayden mantém o Ryan vivo. Ryan dá uma olhada no relógio dele, e depois olha para cada um de nós.

RYAN: Em menos de cinco minutos, todo o edifício explodirá, incluindo você. Se tivesse sido um pouco mais rápida a morrer, podias ter saído com menos sofrimento. Mas claro, as coisas nunca são fáceis contigo.

JULIETA: Também vai fugir connosco.

RYAN: Eu não vou voltar para a prisão, por isso esta solução está boa para mim. Mas claro... posso parar a contagem decrescente.

JULIETA: Porque farias isso? Acabaste de dizer que esta é a melhor maneira de te vingares.

RYAN: Podemos fazer uma pequena troca por dinheiro, por exemplo? Julieta fica comigo, mas o nosso querido Hayden pode voltar.

HAYDEN: Isso está fora de questão, já podes esquecer tudo isso.

JULIETA: Hayden... Daryl está ferido, não teremos tempo para o transportar para fora do armazém antes que tudo expluda. Mesmo que pudéssemos sair do caminho do Ryan! Eu aceito.

HAYDEN: Julieta! Não podes fazer isso, é pura loucura.

Eu olho para ele e lhe peço que não insista, esperando que ele entenda que eu não quero deixar o Ryan ganhar.

De repente, a voz fraca do Daryl se levanta perto de mim, e eu viro a minha cabeça para ele.

DARYL: Não faça isso, Julieta...

RYAN: Só faltam quatro minutos!

JULIETA: Não te vou deixar, confia em mim.

Atrás de nós, Hayden hesita, ainda com a arma apontada para Ryan. O seu olhar passa de mim para Daryl, depois para Ryan, e Hayden finalmente dá alguns passos atrás.

Com um pontapé, ele empurra a arma do guarda costas para mim, e eu pego a arma sem demora para apontá-la para Ryan.

Ele olha para a coxa, onde pôs a mão para parar o sangue.

RYAN: Seja como for, não vou muito longe com esta lesão. Ainda bem que falhaste a artéria femoral.

JULIETA: É uma pena. Hayden, vá em frente, vou ter contigo em breve. Liga para o 112 por causa do Daryl, a policia, reforços, o que quiseres. Porque o senhor Carter vai precisar de uma boa escolta policial para sair daqui.

RYAN: Que confiança, Julieta, quase me arrependo de não ter conseguido convencê-la a juntar-se a mim.

Depois de mais alguns segundos de hesitação, Hayden concorda em sair do armazém. Porém, à medida que passava, ele me falou algumas palavras.

HAYDEN: Espero que saibas o que estás a fazer.

JULIETA: Não te preocupes com isso. Prometo-te que vai correr tudo bem.

Ele olha para mim com um olhar duvidoso, mas resigna-se.

DARYL: Hayden...

Daryl tenta se endireitar no cotovelo, mas está muito fraco para isso.

DARYL: Não deixes a... Julieta.... ela deve viver.

JULIETA: Vamos ambos viver, eu prometo-te.

Ele ainda tenta argumentar, mas as suas palavras morrem na borda dos seus lábios e o seu rosto se torce com dor.

Eu vejo o Hayden ir embora, depois olhar para o Ryan, que levanta uma sobrancelha.

JULIETA: Agora que estou aqui, vais parar a contagem decrescente ou não?

RYAN: Com a condição de que me deixes ir.

JULIETA: Para depois ficar neste jogo de gato e rato? Então não vais acabar por nos matar, aconteça o que acontecer? Acho que não, especialmente porque...

Eu estreito os meus olhos um pouco mais e englobo Ryan com um olhar zombeteiro e desprezível.

JULIETA: Estou muito curiosa para ver o que acontece no final da contagem decrescente.

Ryan levanta as suas sobrancelhas, não esperando esta resposta, obviamente, e se mostra desestabilizado.

RYAN: És estúpida ou quê? O que é que achas?

JULIETA: Exatamente, isso é o que vamos ver. Porque estás a fazer bluff, Carter.

Ele faz um movimento de cabeça impercetível, como se não esperasse tal resposta.

JULIETA: Você não tem intenção de morrer, nunca teve intenção de se matar. Não é o teu estilo, e também sei muito bem que não serias capaz de o fazer. Tu, o teu objetivo é safares-te, aconteça o que acontecer. É por tudo isso que estás a fazer esta negociação... eu te deixo ir, e depois percebemos que era tudo falso. Ter estado ao seu redor por alguns longos meses, pelo menos me permitiu ver por trás das falsas pretensões.

Este é um verdadeiro jogo de poker que estou a jogar, porque na realidade, não tenho a certeza se estou certa.

Mas de qualquer forma, se o Ryan escapar, o nosso pesadelo continuará, e acabará por nos matar.

Tudo tem de parar, aqui e agora.