Amor em Alta Velocidade - 2ª Temporada

Capitulo 24

JULIETA: Quanto tempo nos resta agora? Menos de dois minutos?

Lá fora, as sirenes da policia começam a ser ouvidas, e o rosto do Ryan está se fechando como uma ostra.

Em seus olhos, vejo que ele está começando a entrar em pânico, porque ele não tinha antecipado a minha reação.

RYAN: Estás mesmo disposta a sacrificar-te numa morte horrível como esta? Enquanto te prometo que paro tudo se me deixares ir, e te dou a oportunidade de salvar o Ortega? Esta é a ultima vez que te faço esta oferta, Julieta, depois será demasiado tarde.

Levanto uma sobrancelha e, mesmo sem tremer, aponto a arma.

JULIETA: Se tens tanto medo de morrer na explosão, posso arranjar maneira de te poupar. Mas não haverá explosão, Ryan, porque nunca houve um explosivo no armazém. O que sobrou? Menos de um minuto, certo? Bem, vamos esperar, então. Se quiseres, até podemos fazer a contagem decrescente juntos.

Na minha cabeça, conto, aconteça o que acontecer, o meu coração está a bater a toda a velocidade.

Ou eu estou certa, e nós sobrevivemos, ou eu estou errada e a nossa aventura acaba aqui.

Eu recebo a minha resposta muito rapidamente, enquanto só contei até trinta e cinco na cabeça.

O Ryan joga fora o pequeno objeto que ele estava segurando em sua mão há algum tempo, e que ele dizer ser um detonador. Depois atira-se a mim, com vontade de recuperar a arma.

Caímos no chão e eu me protejo com o braço para evitar um golpe na cara. Eu luto debaixo dele, para evitar que ele me agarre a garganta e me estrangule.

Eu coloco as minhas unhas nos pulsos dele para arranhá-lo, antes dar com o joelho na sua virilha. O Ryan sufoca um suspiro entre os lábios e se retira um pouco.

Eu aproveito esta oportunidade para afastar-me e mantê-lo um pouco mais longe de mim e do Daryl.

A arma está agora muito longe para que eu possa pegá-la, e o Ryan não terá a oportunidade de pegá-la também.

JULIETA: Já devia ter explodido. Eu tinha razão! Isso foi tudo um bluff! Acabou Ryan, tudo isto já durou tempo suficiente. Jogaste e perdeste.

Ryan endireita-se, olha à sua volta em busca de algo para fazer. Mas ele não tem tempo, porque de repente, vários policiais especializados com uniforme completo invadem o armazém.

Um deles ordena a Ryan que se ponha de joelhos e coloque as mãos atrás da cabeça, e o Ryan assim o faz. Ele cerra os dentes, a sua coxa faz com que ele sofra ainda mais.

Hayden, por outro lado, corre na minha direção.

HAYDEN: Julieta! O que aconteceu?

JULIETA: Nunca houve explosivos, foi só bluff.

HAYDEN: O esquadrão anti bombas também está no local, vamos verificar isso.

JULIETA: Eles não vão encontrar nada. Eu entendi que o Ryan estava blefando quando ele falou sobre querer morrer. Ele não é assim, vai sempre procurar uma saída, porque tem muito medo da morte. Lembre-se do que ele disse sobre o seu tempo na prisão, onde ele temia pela sua vida em todos os momentos. Então, esta era uma morte tão horrível, que não acreditei por um momento.

HAYDEN: Correste um grande risco, sabias?

JULIETA: Eu sei disso, mas não tive escolha.

HAYDEN: Se te tivesses errado?

JULIETA: Bem, não estaríamos aqui para falar sobre isso.

Vários maqueiros estão fazendo o seu caminho depois de Ryan ter sido algemado.

Ryan é finalmente tomado, enquanto duas outras enfermeiras se aproximam de Daryl, com quem tenho estado de mãos dadas desde há pouco.

JULIETA: Tudo acabou Daryl... finalmente poderemos voltar atrás e viver como queríamos.

DARYL: Julieta... Só queria dizer-te que te amo... só para o caso de...

JULIETA: Eu também te amo, Daryl, mas não existe tal coisa como 'por precaução'.

Vejo as enfermeiras colocarem o homem que amo numa maca e não hesito em segui-los.

JULIETA: Vou para o hospital com ele, por isso se precisares de mim... pode esperar um pouco?

HAYDEN: Sim, de qualquer forma, também temos de levar o Ryan connosco porque ele está ferido.

JULIETA: Se eu fosse ele, acho que desistiria.

HAYDEN: Desta vez, ele não vai voltar a sair e tem tando medo de morrer...

JULIETA: Ele não escapará à pena de morte.

Eu me coloco ao lado da cama do Daryl e saímos do armazém.

Hayden promete vir muito em breve para fazer o check-in, e eu finalmente entro na ambulância.

O médico de emergência que cuidou de Daryl primeiro tratou de estabilizá-lo, depois me assegurou que ele ficaria bem.

Ele perdeu muito sangue e me pede algumas informações adicionais, como o seu tipo sanguíneo, para que possam fazer uma transfusão de sangue o mais rápido possível, uma vez no hospital.

Eu respondo distraidamente, olhos fixos no rosto mais calmo de Daryl. Tenho a minha mão na dele, que me recuso a deixar largar.

A realidade do que acabou de acontecer está finalmente a cair sobre mim, e estou muito contente por estar sentada.

Nós quase morremos novamente, por causa do Ryan, e eu não sei ainda onde eu encontrei a força para fazer esse pequeno bluff mais cedo.

A ideia de perder o Daryl foi completamente insuportável para mim, e eu decidi tentar tudo para salvá-lo.

Faço algumas perguntas ao médico, que me responde de forma lacónica. Não sei como devo me preocupar com isso ou não, mas prefiro dizer a mim mesma que tudo vai ficar bem.

Daryl deixou a sala de operações há algum tempo, e finalmente ficou quieto em uma sala, depois de sair da sala de recuperação.

Ele dormiu um pouco mais depois disso, sem realmente perceber onde ele estava e onde eu estava. No entanto, não me mexi, porque quero estar lá quando ele finalmente abrir os olhos.

Mas, no entanto, começo a pegar no sono, porque também estou cansada, antes de ser puxada para fora do meu meio-sono pela voz, um pouco esfarrapada, de Daryl.

DARYL: Julieta... me diz que não é um sonho. Que você está aqui, e que eu não vou acordar, e ver a cara feia do Ryan.

De repente, me endireito e olho para ele, que me olha com os seus olhos esperançosos.

Lágrimas estão se acumulando em meus olhos, e me inclino para ele para abraçá-lo.

JULIETA: Não, não, não estás a sonhar, ou estamos a sonhar juntos. Acabou, está tudo bem, tu estás bem, e o Ryan foi preso.

DARYL: Não me lembro de muito... só o tiro, depois o ultimato...