um.

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AVISO: para melhor entendimento, essa fic é uma reescrita de uma one que eu tinha feito um ano atrás e é um ua nos tempos modernos com voldemort, mas em que o harry é trouxa e o neville é o menino-que-sobreviveu. tem algumas referências a abuso infantil (os Dursleys), racismo, bullying (o Draco é escrito realisticamente, ok? ele piora antes de melhorar) e violência (sabe, guerra). vão ser poucos capítulos, mas longos, e vai ter smut mais para frente

o Harry demora um pouco para aparecer, porque eu quis fazer o fato de Draco se apaixonar por um Trouxa realista também

espero que vocês gostem :)







O pai de Draco gostava de brincar que ele não teve uma primeira palavra – ele teve uma primeira pirraça.

Lucius sempre contava aquela "piada" para os seus amigos em festas e eles todos riam bem mais do que necessário, bebendo de suas taças de vinho e ignorando o quão cansado Lucius parecia estar e a criança realmente fazendo pirraça em um canto, tentando ser acalmada por uma Narcisa desesperada. Para os pais de Draco, era como se ele passasse todos os segundos do dia gritando e chorando e implorando por algo e, não importa o que eles o dessem, ele nunca ficava feliz o suficiente.

Verdade seja dita, Draco era uma criança mimada. Simples assim.

Era culpa de Narcisa e Lucius, eles sabiam, mas eles também não conseguiam dizer não pro seu menininho. Nunca. E quando você era criado como se fosse um pequeno príncipe, sempre ouvindo sim não importa o que pedisse, subia a sua cabeça. Isso estava claro em Draco. Agora, com sete anos de idade, ele estava em uma fase – uma fase que já tinha durado uns seis anos, para ser honesto – em que ele não parava de fazer pirraça pelas menores e mais ridículas coisas. Ele queria tudo na mão.

Seus pais estavam estressados o tempo todo, ele estava estressado, até mesmo os Elfos Domésticos estavam estressados. Era ridículo e insuportável e Lucius sabia que era culpa sua.

Demorou um mês nessa bagunça para Narcisa perceber que, talvez, o verdadeiro problema fosse que Draco nunca saia de casa e nunca via ou falava com ninguém a não ser eles e os amigos deles, que eram adultos e sérios demais para brincar com Draco, e, como uma criança cheia de energia, ele já estava cansado de sempre ver as mesmas coisas e pessoas.

"Ele provavelmente está precisando de alguns amigos da sua idade," Lucius tinha concordado, olhando com uma careta para criança animadamente conversando com o grande quadro de Abraxas na sala. "E a gente não sai de casa com ele faz uns seis meses quase."

Draco era uma criança mimada. Simples assim.

Ao mesmo tempo, ele não era uma criança feliz – ele não era uma criança triste, muito menos, e não era exatamente malvado. Irritado, talvez. Ele amava seus pais e isso era claro, mas ele tinha muita energia e ele gostava de correr por aí e fazer amigos e fazer muitas coisas ao mesmo tempo e quando seus pais o falavam que ele não podia fazer essas coisas porque ele precisava ser um herdeiro puro sangue relaxado, Draco ficava muito nervoso muito rápido.

Então, aí viam as pirraças.

Muito barulhentas e incessantes e fazendo todo mundo querer arrancar os seus ouvidos para ao menos ter um pouco de silêncio, elas nunca pareciam parar. Ele simplesmente se jogava no chão, não importa onde estivesse e o quão sujo fosse e o quanto fosse doer, e começava a chutar e berrar e morder qualquer um que tentasse o levantar. Quando ele começou a ter ataques de magia acidental, ditas pirraças começaram a ser realmente perigosas, com quadros e vasos explodindo ao redor dele e uma certa vez causando um pequeno terremoto e chegando a chamar atenção de Trouxas.

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