chapter five: are we okay?

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Louis se espreguiçou, sua bunda doendo pela noite passada no chão e sua mente aos poucos lutando para se situar no ambiente.

Chão do quarto de hotel de Harry. Okay, tudo bem. Era um local seguro.

Tomlinson se perimiu suspirar de alívio.

As manhãs depois das crises de pânico eram sempre as mais difíceis. Seu corpo estava cansado, mas ao mesmo tempo alerta, a mente prestando atenção em tudo e todos.

Foi por isso que ele quase deixou o coração escapar pela boca quando sentiu o o rosto de Harry se mover em sua perna, se acalmando imediatamente ao ver o rosto conhecido.

O alfa dormia tranquilamente, provavelmente havia escorregado de seu ombro durante a noite e agora estava babando na calça jeans de Louis.

O ômega riu, o sentimento de agradecimento enchendo seu peito ao lembrar da noite anterior. Harry havia compartilhado com ele algo que era quase considerado sagrado para a sua sociedade, principalmente para os lúpus, apenas para se certificar de que Tomlinson iria se acalmar. O de olhos azuis não tinha sequer palavras para agradecer ao cacheado.

Ele vinha sendo a própria definição de gentileza para com o ômega. Aceitando-o em seu quarto de hotel (mesmo quando já estava saindo, Louis sabia que o de mais novo iria fazer o checkout no momento em que chegou a recepção), nunca o tratando com nada menos que respeito, não o julgando pelos seus traumas e o ajudando a se acalmar. Harry não o devia nada e ainda assim estava fazendo tudo.

Louis não estava acostumado com esse tipo de pessoa.

O ômega cresceu sendo mal-tratado pelo próprio pai, deixado de lado pela mãe, vendo os olhares de desprezo vindos dos pais de se colegas e observando todas as pessoas de sua idade se afastarem ao longo de sua vida. Porque ele era quebrado demais, frágil demais, com uma personalidade estranha demais. Sempre demais para aguentar, nunca bom o bastante.

Ele podia contar noa dedos as pessoas nas quais podia confiar. Niall, Liam, Zayn, a senhora da casa ao lado da sua que sempre deixava tortas em sua  porta e, bem, Pastel, seu gato.

O pobre bicho tinha sudo abandonado em frente ao colégio de Louis, quando o ômega tinha apenas 8 anos. Vivendo com os pais em constantes brigas e ouvindo coisas horríveis de Adam, ter a pequena bolinha de pelos ao seu lado era apenas... bom demais para definir.

Ele sempre estava lá. Quando Adam o bateu pela primeira vez, quando os roxos em sua pele se tornaram frequentes, quando foram expulsos de casa e também quando foram jogados para fora da casa de Niall. A bolinha de pelos estava lá quando ele conseguiu um emprego de verdade e se mudou para uma casa grande. Estava lá quando Louis levou o primeiro fora do seu primeiro alfa e estava lá nos seguintes.

O seu fiel companheiro simplesmente estava sempre lá. E Louis prometia estar lá por ele também.

Todos o julgavam por ser tão apegado a um "animal qualquer", mas ninguém entendia a realidade: quando ninguém estava por perto, aquela bolinha de pelos estava sempre lambendo suas lágrimas. E isso era tudo.

O ômega sorriu ao ver a os as patinhas saltitando ao seu encontro, levantando a mão que antes acariciava os cabelos de Harry (e o pequeno sequer havia de dado conta daquilo) para alisar a cabeça peluda.

O gato ronronou contra sua mão, lambendo o dedo do ômega.

-Bom dia para você também, Pastel. -Louis cumprimentou-o de volta.

A verdade era que o ômega sabia porque Pastel  tinha arranhado Harry: ele agia em defesa de Louis todas as vezes que um alfa desconhecido encostava nele. Era proteção.

talk to me || l.s. aboOnde histórias criam vida. Descubra agora