A Mensagem - parte 2
A verdade em tudo aquilo era que a mensagem seria vista em todo o planeta. A mentira era o fato de que todos estavam contentes com aquilo. Pandora não estava.
Sabia que se seu pai a avisou, mais pessoas também já estariam sabendo.Aquele singelo papel em sua mão, dada por ele naquele último momento poderia dizer algo. Apertava o papel que não ousou ler, de forma a amassá-lo mais do que já estava, esperava algum tipo de esperança que nem sabia descrever.
Fazia mais de um ano que não havia mensagem do governo de Ossö, e isso poderia dizer que estavam sofrendo por problemas ou que já não estavam se importando com o planeta, com suas criações. Fato era que os Maquins sempre diziam estar recebendo e enviando informações necessárias que não seriam entendidas por todos.
Os Maquins eram os representantes do governo naquele teste, afinal. Pandora poderia sugerir que algo grandioso estava por vir, mas isso seria guiado por um sexto sentido sem fundamentos concretos, do qual a ciência dizia ser apenas imaginação e criação de algo grandioso para aquilo que temos expectativas, boas ou ruins. Mas ela sentia. Era uma experiência diferente do que as outras pessoas pareciam passar. Ela sentia algo que não sabia dizer, algo que parecia ser enviado das estrelas, algo impossível de ser descrito.
Se posicionariam com seus pares para a mensagem.
Pandora não tinha certeza, mas deveria agir, arrumar alguma desculpa para se demorar naquela estufa, em seu pequeno laboratório, e ler aquele papel. Ela não iria perder a mensagem, mas poderia perder o tempo de espera, que seria no mínimo grande, já que a comunicação de um sistema estelar para outro era demorado. Ela sentia que devia mentir.
-_ As esferas de água já foram reguladas – gritou alguém de sua equipe.
-_ Aqui também já foi conduzido o processo.
-_ Então, todos prontos para ir.
Pandora pensou se estava realmente agindo com a razão. Mas não parecia haver razão maior do que esperar e sentir aquilo. Novamente. Sim, isso já avia acontecido, na realidade, não se lembrava, mas sabia que não era a primeira vez.
-_ Preciso controlar o fluxo de temperatura nas plantas venenosas que estou criando. Podem ir, eu vou resolvendo aqui, já que elas podem causar danos pra outras plantas se seus poros forem liberados no tempo errado. Daqui meia hora estarei na minha posição.
-_ Não poderei deixá-la sozinha aqui, Pandora717. - Ele tinha um uniforme Azul, que o diferenciava dos demais Maquins.
-_ Sim mentor AK56, entendo, sei também que mesmo sendo um Maquin você não pode perder o horário, deixe mais um de seus subordinados.
-_ Nós também não podemos perder o horário - disse um de seus colegas, que aliás não sabia o nome, mesmo convivendo com ele fazia pelo menos cinco anos. Não gravava o nome de ninguém ali, talvez o nome de alguém precisava estar ligado a algum sentimento para ser lembrado. Não sabia, sua área de pesquisa visava coisas mais específicas externas do que aprender sobre a própria mente e cérebro funcionavam, como faziam os Lusidiólogos, que pesquisavam o luso, parte específica do cérebro que conduzia o ser Sapien para a consciência. Os sentimentos deveriam fazer parte da consciência. Mesmo que eles aprovavam apenas os sentimentos bases e essências, Já que outros sentimentos mais profundos poderiam levar a destruição daquele projeto.
Não era com essas palavras que esses pesquisadores diziam, mas Pandora fazia suas próprias conclusões de suas falas. Ela queria saber se mais alguém pensava como ela, ou pelo menos tinha alguma dúvida sobre o porquê muitas coisas serem proibidas.
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Pandora 717 - As Estrelas Chamam Meu Nome -- (Kauane C. B.)
Science FictionPandora vive em um planeta considerado perfeito. Isso a irrita, pois para ela a perfeição só existe se houver submissão, e isso é algo em que ela não quer ter. Seus pais parecem ignorar qualquer dúvida que parta dela, e os Maquins sempre então obser...