Hoje sou poeta que compõe uns versos, e na linha do papel eu crio meu universo;
Mas nem sempre eu vivi dessa maneira, mesmo sendo bem novo eu já enfrentei cada pedreira;
Sou o meu maior inimigo desde pivete, desde cedo aprendi que a vida corta como canivete;
Desde os quinze lido com a depressão, maldito demônio que atormenta meu coração;
Carrego o peso de vários mundos nas costas, quanto mais me cobram dou meu esforço como resposta;
Não me abro, sofro calado, pois me ensinaram que homem que chora é fracassado;
Mantenho a postura, mas isso fode minha mente, ando me sentindo sozinho no meio de tanta gente;
Sou inconstante, meio bipolar, no mesmo dia que te amo posso chegar a te odiar;
Às vezes tudo o que eu quero é me esconder numa gruta, por que de vez em quando o demônio vence a luta;
Às vezes eu só quero dar um rolê de boa, mas sou um universo caótico dentro de uma pessoa;
Quem sou eu? Não tenho certeza, só sei que sou como Raul, maluco beleza;
No filme da vida parece que sou só um figurante, mas mesmo assim sou uma metamorfose ambulante;
Foi embora quem prometeu que ficaria, mas tá suave, já sobrevivi aos meus piores dias.