"Dois anos passam voando...."
Há dois anos atrás estava deixando meu irmão no aeroporto e amanhã serei eu quem estarei embarcando para Londres, para junto da minha família.
Uma mistura de felicidade, saudades e um pouco de insegurança me atingiam em cheio.
Dois anos passaram-se voando, e nesse tempo tanta coisa aconteceu...
Amores desfeitos, conflitos indesejados, risos sem fim... Uma infinidade de sentimentos que sempre existirão dentro de mim, não importa aonde eu vá, as memórias sempre estarão vivas, sejam elas boas ou ruins.
Ligação On
- Okāsan! - Digo, ansiosa para lhe dar a notícia.
- Hana querida! Que saudades! Por onde andou mocinha? Tenho tentado falar com você há dias! - Diz minha mãe um tanto dramática.
"Drama só pode ser genético" - penso, e sorrio sozinha.
- Queria te deixar na expectativa - Digo.
- Na expectativa para o que 'mocinha'? - Diz ela desconfiada.
O modo como minha mãe tratava os filhos, nos fazia parecer com adolescentes de doze, quatorze e dezesseis anos, ao invés de jovens adultos de vinte e dois, vinte e quatro e vinte e seis anos! Mas eu amava esse seu jeito amável, pois para ela, sempre seriamos os seus "bebês".
- Amanhã estarei embarcando de volta à Londres! - Digo e a escuto suspirar aliviada e um tanto eufórica - E antes que descarregue suas milhares de perguntas, - digo rindo - "não, eu não voltarei sozinha", "sim, a Chizue estará comigo e é obvio que ela está morrendo de saudades de você" e "prepara um quarto, pois Yuki passará uma temporada conosco".
Ouço gritinhos de alegria do outro lado da linha.
- Seu pai ficará tão feliz! E claro, seus irmãos também! A propósito, eles não são mais os mesmos sem você para coloca-los nos eixos. - Diz ela em um riso, porém, sinto uma tensão em sua voz - Tem falado com Yumi? Sinto ela estranha ultimamente.
- Não com a frequência que gostaria, - digo - ela anda ignorando as minhas ligações. Essa garota! A quem puxou?
- Na verdade, ela me lembra alguém que conheço! - Mamãe diz e nós duas rimos - Como está minha pequena flor de cerejeira?
Flor de cerejeira, esse era o modo como minha mãe chamava Chizue, por conta da cor rosada de suas bochechas, um tom único e suave, semelhante ao lindo tom rosado das 'Sakuras' quando florescem.
- Animada por voltar! - Digo.
- Tatsuo frequentemente vem perguntando por ela, não ficou nenhum pouco contente em saber que estava namorando! - Diz minha mãe segurando, ao que pude deduzir, um riso.
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Amor sem escalas - Eurasia
RomancePode um amor cruzar continentes? Hana Sasaki sempre correu atrás dos seus sonhos. No ápice de sua juventude, ao voltar de uma temporada a estudos em sua terra natal, vê sua vida emaranhar-se como um novelo cheio de nós e pontas soltas. Em meio aos...