Capítulo 4

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A noite não foi nada divertida, as pessoas apenas estavam se amostrando com as conquistas que tiveram depois do ensino médio, e procurando oportunidades para falar mal um dos outros.

-Soube que herdou a floricultura da sua avó – Jéssica comentou me olhando – Realmente gosta de estar lá? Não sei, parece ser um negócio insuportável.

- ... – cerrei o punho por debaixo da mesa e dei um sorriso forçado – Não, eu gosto do que eu faço, eu me divirto.

-Sério? – ele bebeu um pouco de cerveja – Você nem fez faculdade, vai se esconder o resto da vida por trás de umas flores?

Todo mundo começou a prestar atenção na nossa conversa.

-Sabe Jéssica, também ouvi coisas interessantes sobre você – eu disse e dei um sorriso – Soube que você está namorando um velho rico e que ele lhe dá todas as suas coisas, e soube também de um boato extremamente ruim sobre você transar com um professor da faculdade para conseguir boas notas.

Todo mundo pareceu boquiaberto, ela engoliu seco e começou a olhar para os lados.

-Eu tenho plena convicção que foi apenas um boato, não é? – eu dei um gole na minha cerveja – E respondendo sua pergunta, eu não estou me escondendo atrás da floricultura, eu estou vivendo a minha vida do jeito que eu quero, sem falar mal de ninguém e nem tentar constranger ninguém na frente dos outros – eu fiz uma pausa – Esse tipo de vida é suficiente para mim.

Alguns riram e outros fingiram que nem escutaram, respirei fundo e bebi mais um pouco da minha cerveja.

-... – uma das garotas coçou a garganta – Vamos brindar por esse incrível reencontro! – todos ergueram os copos e brindamos.

O evento durou mais algumas horas e o povo começou a ir embora.

-Quer carona, Laura? – Ken perguntou e ela abriu um sorriso de orelha a orelha.

-Claro, eu adoraria – ela disse imediatamente – Eu não vim de carro.

-E você (s/n)? Vi que veio com a Laura, quer uma carona também? – ele me perguntou e quando eu olhei para ela, ela me censurou.

-Não, tudo bem – eu neguei – Eu tenho transporte para ir para casa – eu disse e ela sorriu.

-Tem certeza que não precisa de carona? As ruas estão desertas uma hora dessas – ele alertou.

-Tenho certeza, não se preocupe – eu dei um meio sorriso – Cuide bem da Laura.

-Claro – ele sorriu e os dois saíram do lugar.

Já estava de madrugada quando eu sai do bar, não havia nenhum táxi por perto, fiz um cálculo mental, se eu andasse um pouco rápido chegaria em casa em meia hora.

Comecei a caminhar rapidamente pelas ruas desertas, algumas estavam até com baixa iluminação, apesar do meu medo, consegui reparar no brilho das estrelas, elas realmente estavam bonitas hoje. Quando voltei a focar no meu caminho, percebi que havia um homem me seguindo, olhei algumas vezes para trás discretamente.

Comecei a andar mais rápido e percebi que ele seguiu o meu ritmo, eu tinha que pensar em algo rápido dentro de alguns segundos, ele com certeza correria em minha direção. Olhei para baixo a procura de algo para me defender, mas não achei nada, só me restou uma única solução, correr.

Assim que comecei a correr, fui mais rápido que eu podia, sempre à procura de algo para pegar e me defender. Assim que virei a esquina e corri mais um pouco, senti alguém me puxar pelo braço para um beco e cobrir minha boca.

Tentei me debater, mas ele me segurou mais forte, quando olhei para o lado vir o homem que estava me perseguindo passar e quando olhei para o outro homem, era o mesmo dos últimos dias.

-Você está bem? – ele me soltou e minha respiração estava ofegante, coloquei minha mão no seu ombro e tentei respirar controladamente – Ele já foi, pode se acalmar agora.

Continua...

Campo das Tulipas (Imagine Taehyung)Onde histórias criam vida. Descubra agora