Pontos de vista divergentes

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Eu amei Ryan Azevedo mais que a minha própria vida.

Nos conhecemos na faculdade de artes plásticas. Ele era espirituoso e um artista nato. Pintava quadro incríveis, dizendo sempre que a inspiração vinha quando fazia longas caminhadas pela cidade.

Demorei para entender o que ele dizia.

Foi amor à primeira vista, desses que valeria a pena estar em um livro. Ryan era tão romântico... Se não fosse pintor, poderia ser poeta. Me dava flores, recitava frases de Álvaro de Azevedo que eram tão belas que me faziam suspirar. Pintava quadros maravilhosos e me presenteava com suas artes incríveis.

Quando saímos da faculdade, decidimos nos casar. Alugamos um pequeno estúdio no centro da cidade. Ele vendia seu trabalho para uma galeria e eu fazia esculturas de madeira personalizadas. Nossas carreiras iam bem, especialmente para dois artistas.

As longas caminhadas inspiracionais continuavam. Quase todas as noites, Ryan saía do apartamento e só retornava várias horas depois.

Ele saía para se encontrar, dizia. Imagine minha surpresa quando descobri que ele se encontrava com Rute, Mônica, Esther, Julia, Marina e várias outras mulheres.

Acho que você pode dizer que nos separamos por ver as coisas de modo diferente. Ele se via um artista, e eu... Bem, eu o via morto.

É, mas... Você fez isso? a voz de uma das colegas de cela de Isabelle soa como um sussurro no gravador.

Não, não fui eu.

Não tenho culpa se ele caiu na minha máquina enquanto estava ligada.

Eu com certeza tive que limpar a bagunça depois.

Não Fui EuOnde histórias criam vida. Descubra agora