Eu sou uma bela poesia
Por ser a brisa
Leve e fria
Que enrubrese a face
E aquece o coração
Porém
Dentro de cada partícula
A tempestade
Causada pela confusão
Uma bagunça interna
Que me tira a razão
Me faz perder o passo
E cantar sempre
A mesma canção
Crise de identidade
Não me vejo no espelho
Não me acho Na realidade
Nem com desespero
As vezes não me sinto eu de verdade
Logo vivo cometendo o erro
De falar de mim
Me descrever com propriedade
Quando nem eu
Conheço todas as minhas metades
Eu sou o próprio
Contar com contradição
Um grande ponto de interrogação
Pois é só me achar
Para me perder
Como tudo
Que tem uma função
Some de minhas mãos
Logo nunca pense
Que sabe
Minha emoção
Que pode mapear
Meu coração
