Efêmero
Jin Ling havia passado uma noite em claro. Pois sempre que fechava os olhos, as palavras de Wei Yuan o visitavam e era surpreendido com a complexidade do que sentia pelo outro jovem.
Jin Ling enfrentava o medo, a paixão era capaz de se apossar de seu corpo e pensamentos, tornando-o escravo das sensações mais abstratas, as dúvidas o manipulavam e buscavam ocultar qualquer outra sensação.
O jovem ainda se arrependia do silêncio com o qual presenteara Wei Yuan. As inúmeras que fossem as vezes que havia vivido aquela declaração em sua mente e as respostas que havia preparado inconscientemente apenas o deixaram para trás quando a fantasia se tornou realidade.
Mesmo depois de uma noite mal dormida, se muito, Jin Ling não conseguia sentir-se cansado, ele estava disposto a ir para o colégio e consertar tudo. Dessa vez, sua mente insistia em convencê-lo da falsa simplicidade em seu objetivo e o jovem Jin caía facilmente naquela teia.
A manhã era calma como as outras, tal como o ambiente: a casa não era extravagante ou enorme. Na verdade, seria melhor descrita como aconchegante e consideravelmente pequena.
"Mãe, você já terminou? Eu não posso me atrasar hoje!" Jin Ling estava eufórico, trocando mensagens com JingYi enquanto a mãe terminava de arrumar seu almoço.
"O que haverá de tão importante na escola hoje?" Sua mãe, Jiang YanLi, o questionou enquanto terminava de organizar os alimentos na marmita.
"Aulas mãe! Terão aulas para as quais eu não posso me atrasar!" Aquela era uma mentira deslavada: Jin Ling já havia articulado diversos métodos para que conseguisse falar sobre o que sentia para Wei Yuan; o que menos haveria de importante naquele dia seriam as aulas.
O garoto foi até o espelho que havia na sala, arrumou os cabelos mais uma vez e retocou o vermelho nos lábios. Correu até o quarto e escovou os dentes, buscando também alguns anéis para adornar seus dedos. O celular vibrava loucamente com as notificações, que o garoto não precisava olhar para saber que o remetente era um JingYi desesperado para sua chegada na escola.
"A-Ling onde está sua bolsa para eu guardar seu almoço?" YanLi caminhou até a sala para perguntar.
Após sua corrida para buscar a bolsa, Jin Ling foi até a cozinha e jogou a marmita dentro da mochila, deixando, no processo, um envelope cair sobre a mesa.
"Isso aqui é uma carta para a menina que você está apaixonado?" A mulher sorriu brincalhona e levemente enquanto segurava a epístola.
"Claro que não, mãe!" Jin Ling cerrou os dentes e tirou o pedaço de papel da mão dela e guardou numa pasta que levava na bolsa. Ele havia ficado obviamente na defensiva sobre a brincadeira, como se dissesse 'Claro que estou gostando de alguém, mas não quero que você saiba, então não fale sobre isso.'
Ao invés disso, o jovem apenas pegou a mochila escura e jogou-a por cima do ombro, buscando as chaves para sair de casa. Assim que chegou até a porta, era interrompido pelo que Jin Ling julgava ser a enésima vez.
"Filho, você está esquecendo uma coisa." YanLi o encarava. Apesar de bonita e graciosa, com seus cabelos trançados e olhos castanhos, uma expressão de cansaço vivia em seu rosto.
"O quê?" Jin Ling se virou impacientemente. A mãe seguiu o observando em silêncio, como se esperasse que ele percebesse o que quer que tenha esquecido. "O quê?!"
"Meu beijo, você esqueceu."
A expressão de Jin Ling imediatamente suavizou, ele suspirou brevemente e a abraçou, beijando sua bochecha, e pôde finalmente sair.
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Efêmero | Mo Dao Zu Shi | ZhuiLing
FanfictionEfêmero e·fê·me·ro adj 1. Que dura apenas um dia. 2. Que é temporário; passageiro, transitório: "Apesar de sisudo e não propenso a aventuras, Abreu foi tentado pela fascinação do amor fácil e efêmero" (SEN). 3. Diz-se de flor que desabrocha e murcha...