Capítulo 6

887 34 3
                                    

¦ Espanha, 2016

...

Há uns meses atrás eu não sabia o que é ser notada pelas pessoas, não sabia o que era alguém precisar de nós para fazer parte do seu dia a dia, quem sabe da sua vida, era sempre eu e a minha mãe, as pessoas olhavam para nós somente para tripudiar, desdenhar e deixar claro que as pessoas que vivem nas ruas, não eram gente, podíamos ser comparados com animais irracionais, pois no fundo somos todos animais, afinal a vida que levamos não se pode diferenciar tanto da dos animais.

O objectivo é único, lutar pelos seus e pelo que é seu, encontrar o seu lugar nesse mundo enorme, ainda acredito que chegarei bem mais longe, mas enquanto isso, esse é o meu lugar.

Termino de limpar o pó das tão valiosas peças de prata na estante e fecho as portas de vidro. Agarro no pano pendurando na minha cintura e saio em direcção a outra estante com taças de cristal, mas sou interrompida pela Rose.

_ Alguma coisa, Rose? _ Pergunto singela e ela fica Calada olhando para mim de cima a baixo.

_ Quantos anos você tem mesmo? _ Falou por fim.

_ Dezanove ! _ Respondo.

_ Ainda é muito jovem, apesar de parecer ter apenas dezesseis anos, seu corpo de mulher não engana, por isso toma cuidado por aí, não quero que se dê mal! _ Falou sinistra e eu fiquei confusa_ Volte ao trabalho! _ Falou e saiu andando com um sorriso pequeno nos lábios.

Suas palavras martelavam minha cabeça, não sabia explicar se era um conselho, um aviso ou deboche, dei de ombros e voltei a trabalhar, pois era a única coisa que me resta.

...
| 4hrs da tarde

° POV. AUTORA on...

Mário agarra uma última vez nos papéis sobre a sua secretária e dá uma última olhada verificando os novos contratos e extrato bancário, não era algo que ele gostasse de fazer, mas era necessário, pois como futuro dono tinha de estar a par de tudo.

_ Mário, seu pai o quer agora na sala dele! _ Falou Vanessa a secretaria dele e peguete nas horas vagas.

_ Diz que já vou! _ Falou ele olhando descaradamente o seu decote naquela camisa de seda com os dois botões abertos _ Mas antes, preciso da sua ajuda numa coisa! _ Falou ele se pondo em pé e indo até ela.

_ Sei bem o que você está precisando e não vai acontecer de novo, podemos ser pegos! _ Falou Vanessa sendo puxada pelo braço levemente e vendo a porta se fechar.

_ Ninguém se atreveria a entrar na minha sala, a menos que eu mandasse!_ Falou Mário a agarrando pela cintura enquanto a prende entre ele e a mesa_ Se não quer que eu a precise, não use roupas sedutoras! _ Falou sussurrando e beijou levemente seus lábios passando as mãos na sua cintura fina.

_ As minhas roupas são decentes, você que é malicioso! _ Sussurrou ela entre os beijos molhados agarrando sua nuca e soltando suspiro.

Mário a ergueu do chão pondo-a sentada de pernas abertas sobre a mesa e com certa precisão e brutalidade elevou sua saia preta travada revelando sua mini calcinha em renda, Mário estava sedento, para ele não era fácil ser fiel tendo a namorada e futura noiva no outro lado do mundo por muito tempo, então matava seus desejos e vontades absurdas e um tanto obscenas nas mãos de outras mulheres.

Vida Marginal Onde histórias criam vida. Descubra agora