15.

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Andrew PoV

Eu sou muito idiota mesmo, eu não vou me perdoar pelo jeito que falei com a Meredith, eu estou chateado por ela ter saído com o Nathan e não nego, eu nem tenho direito de me sentir assim, nós não temos nada, eu deixei claro pra ele que nós temos nada e agora fico aqui me sentindo o pior dos homens, a maneira com que ela me olhou quando eu fiz o nó na gravata vai ficar gravado pra sempre na minha cabeça, eu pego o celular tantas vezes pra ligar, eu releio as mensagens, mas eu não posso, eu preciso falar com ela pessoalmente, preciso pedir um milhão de desculpas, preciso dizer que eu quero a gente, que eu preciso da gente, como ela quiser, como amigos ou mais que isso, eu só não posso deixá-la sair da minha vida.

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Eu saio mais cedo do trabalho, mal me concentrei hoje, eu preciso falar com a Meredith logo e resolver isso ou não vou conseguir ficar em paz, eu nunca me senti tão mal, provavelmente porquê eu nunca fui tão idiota desse jeito, quando eu desço, dou de cara com o Nathan, ele só acena pra mim e entra no elevador, eu não quero saber como terminou a noite deles ontem, eu não quero pensar nisso e estragar um pedido desculpas épico que eu tenho que fazer hoje, eu respiro fundo, só em pensar que eu posso ter demorado demais a fazer alguma coisa.

Depois de estacionar, eu entro em casa só pra deixar algumas coisas que eu comprei no caminho, vejo que o carro da Meredith já está aqui, ela também chegou cedo, a neve tá aumentando e eu espero que ela tenha lembrado de verificar os aquecedores, eu vou pra casa e tem uma cesta no chão, na porta dela, muito estranho, eu me aproximo e quase caí de costas, tem um bebê na cesta, muito bem enrolado, eu pego a cesta rápido, tá muito frio

Assim que ela abre, eu entro de uma vez

- Onde você achou esse bebê?

Ela tá chocada

- Aqui na sua porta, tá muito frio la fora

Eu coloco a cesta no sofá, o bebê se mexe, acho que tá acordando

- Como assim, na minha porta?

- Exatamente assim, na cesta aqui na porta

Ela se aproxima do sofá, o bebê chora, ela afasta o cobertor mais grosso, tem mais alguns dos lados, como se alguém tentou protege-lo bastante do frio, a Meredith pega o bebê e tenta acalma-lo com uma chupeta que estava na cesta

- Tem uma carta aqui

Eu digo, pegando o envelope que eu vi na cesta quando a Meredith pegou o bebê

- Sério, isso é surreal, como é que alguém deixa um bebê na minha porta? As pessoas ainda fazem isso? Quem fez isso? E no frio?

Ela está nervosa e segue balançando o bebê que agora chupa a chupeta com força

- Posso abrir?

- Vai abre, tomara que isso explique alguma coisa

Eu abro a carta

Meredith, eu sinto muito por fazer isso, realmente foi minha última alternativa, minha filha precisa de cuidados e eu não tenho mais a quem pedir isso, ela tem seis meses e é uma bebê calminha, mas ela já vira na cama, então não deixa ela sozinha, tá? Eu realmente sinto muito.
Ah, ela se chama Ellis e não é coincidência, cuida dela, por favor, obrigada.

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