• sweet night • I

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#144270

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Museu de Arte do Rio - RJ/Brasil

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Museu de Arte do Rio - RJ/Brasil


MAR


I

O fato de azul ser minha cor favorita, nunca fez tanto sentido quanto quando descobri que ela era a cor complementar de sépia.


Deveria ter alguma explicação cabível para todas aquelas peças no meu guarda-roupas ou por aquelas serem as cores das paredes do meu quarto por anos a fio. Era tanto azul, que um dia depois de se espreguiçar e observar as paredes por um bom tempo, você se virou na cama em minha direção, me olhou e me perguntou, se por minhas veias corria um rio que no final desaguaria em um mar cerúleo — e você fez questão de dizer que era esse azul em específico, porque deveria ser relacionado ao céu.

Eu ri ao ouvir aquilo e me aconcheguei em você, sentindo o calor de sua pele agora ser dividido com a minha. Com a bochecha encostada em seu peito disse que não era bem aquilo, porque, na verdade, a água era transparente e o tom de azul era só resultado dos raios de sol batendo em algumas substâncias. Azul era uma consequência, não a água em si. E as cores nas paredes não eram por aquele motivo, porque nem mesmo o mar era azul.


Eu poderia começar a dissertar algumas palavras sobre o espectro eletromagnético das radiações e algumas outras sobre o azul penetrar mais profundamente na água por ter raios menores do que vermelho, mas você se afastou e fez aquela carinha de criança quando tem o brinquedo quebrado, dizendo que eu era uma chata, porque era muito mais poético dizer que o mar era azul por causa do céu.

Mas tudo bem, porque ali, enquanto sorria para você e me aproximava de novo abraçando suas pernas com as minhas e deitava minha cabeça em seu colo ganhando um beijinho teu por entre meus cabelos, eu poderia aceitar que o mar era azul graças aos céus. E talvez realmente fosse, porque você tinha acabado de me associar ao mar, e você para mim era como céu, Taehyung.


sépia • Kim TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora