VOCÊ É MEU ALIMENTO DO CÉU

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Liverpool

Rose


- Estou quase terminando Rose.

Olho pra Jenny através do reflexo de meu espelho e volto a olhar pra mim. Toda arrumada e perfeitamente maquiada como se não estivesse acontecendo nada comigo. Já faz semanas que não falo com ele. Eu sinto tanto sua falta que as vezes penso que vou morrer. Meu coração e cada osso de meu corpo dói na sua ausência.

- Prontinho amiga..

Jenny sorri pra mim e eu forço um sorriso, ela faz careta e dá a volta ficando de frente pra mim.

- Você não falou com ele durante esses dias?

- Não..

Respondo olhando para minhas mãos. Mordo meu lábio e digo baixinho.

- As vezes eu sonho com ele, quando acordo e percebo que ele não está do meu lado eu choro. Eu choro tanto que perco o ar Jenny...

Minha voz sai rouca e sinto que estou prestes a chorar. Jenny me puxa em um abraço carinhoso e diz em meu ouvido.

- Telefona pra ele..

De cenho franzido eu me separo dela e a encaro. Ela sorri e puxa seu celular. Coloca na palma de minha mão e eu seguro esse aparelho como se minha vida dependesse dele.

- Obrigada!

Eu sussurro e ela pisca pra mim.

- Agora precisamos ir. Tenho certeza que nós estamos atrasando todos lá em baixo!

Viro o olho nada animada pra ir nessa festa. Nem sei do que se trata, só estou indo porque meu pai insistiu. Segundo ele o anfitrião é um grande amigo seu. Concordo e descemos juntas pro andar de baixo.

- Até que fim! Estamos atrasados pelo amor de Deus!

Meu pai diz irritado e eu faço uma careta pra ele que sorri e balança a cabeça. Pega no braço de minha mãe que nem olha em minha cara e sai andando pra fora de casa. Suspiro e digo pra Caleb.

- Acho que ela nunca mais vai falar comigo!

- Dê tempo a ela mana, ela vai vir até você quando estiver preparada..

- Nunca né Caleb!

Digo já ficando irritada. Ele solta uma risada e pega na mão de Jenny, ela olha pra ele de uma forma romântica e nojenta.

- Cruzes vocês dois são muito melados!

Digo abrindo caminho porta a fora de casa. Entro no carro e afasto pro lado dando espaço pra eles entrarem. Meu pai liga o motor e dirige até o local da festa. Minutos depois estamos na fila do estacionamento e eu começo a suar querendo fumar. Olho pela janela e digo antes de abrir a porta.

- Porra eu vou andando, não aguento mais esse trânsito do caralho!

- Olha a boca Rose!

Meu pai diz me olhando pelo retrovisor e eu sorrio debochada.

- Desculpa papai. Posso ir andando?

- Pode. Mas espera a gente na porta da mansão..

Abro a porta antes mesmo dele terminar a frase. Começo a andar pelo cascalho do condomínio com uma certa dificuldade.

- Malditos sapatos altos!

Sussurro pra mim mesma e abro minha bolsa, puxo um cigarro e acendo. Coloco na boca e trago. Fecho meus olhos e respiro fundo. Não vejo a hora de chegar em casa e telefonar pra ele. Ando mais um pouco e finalmente chego nas escadas imponentes da grande mansão do amigo de meu pai. Subo e paro perto das pilastras, termino de fumar e jogo a bituca longe. Enquanto espero meus pais eu avisto a psicóloga saltar de seu carro e subir as escadas toda arrumada. 

Matt - Is it Love?Onde histórias criam vida. Descubra agora