Matt
Quando chego no trabalho vejo que as coisas entre eu e Verônica não estão melhorando em nada. E pra falar a verdade eu meio que estou um pouco satisfeito, durante a semana que eu passei em Liverpool não houve um momento se quer em que eu tivesse pensado nela, nem a mencionei para minha família. Acabei percebendo que o que nos tínhamos era baseado mais no companheirismo de amigos do que em amor verdadeiro. E agora que Rose está aqui comigo as coisas só pioraram em minha cabeça, porque eu estou realmente sendo afetado por ela, eu ainda não sei o que é, mas não posso negar que eu a desejo e a quero ardentemente.
Sentado em minha cadeira eu resolvo ligar pra casa e checar se ela comeu alguma coisa. Digito o número e espero alguns minutos até que ela atende.
- Alô!
- Rose sou eu..
Ouço ela suspirar e então eu digo tentando quebrar essa tensão entre nós.
- Já almoçou?
- Não. Tô sem fome e muito ocupada na verdade..
Franzo o cenho e pergunto curioso.
- O que você está fazendo?
- Dando uma festinha na sua casa...
- Quê?!
Pergunto ficando sem ar e ela solta um risada do outro lado da linha, faço uma careta e digo.
- Você é tão infantil!
- É mesmo?! Esse elogio é diferente dos que já recebi.. insaciável, boa de cama, gostosa etc..
Suspiro e fico mudo me sentindo irritado. Depois de um tempinho assim apenas ouvindo nossa respiração ela diz.
- Estou aquecendo minha voz bobo, hoje é minha estréia..
Respiro fundo reprimindo a vontade de perguntar em qual clube ela vai cantar. Se eu souber aonde vai ser tenho certeza que meu corpo vai agir sozinho e chegar lá apenas para vê-la.
- Então tá, boa sorte. Sei que vai arrasar!
- Obrigada..
Ela diz baixinho e antes que eu desligue ela me chama.
- Matt.
- Oi.
- Obrigada por se importar comigo!
Eu sorrio fraco e então digo apoiando minha cabeça em minha mão.
- Eu me importo com você. Tchau Rose!
Desligo o telefone e me sinto miseravelmente de quatro por essa garota louca e teimosa. Parece que quando eu estou com ela tenho um choque de realidade, como se ela me acordasse pra vida.
As horas se passam e eu não deixo meu escritório até as dez da noite, quando saio vejo que Verônica já se foi. Pego o elevador e desço para o hall do prédio, saio e encaro o ar abafado da cidade. Entro em meu carro e dirijo até um clube que eu fui umas duas vezes. The 1975. Estaciono e tiro o paletó e a gravata, abro alguns botões de minha camisa preta e subo as mangas até o antebraço. Saio de meu carro disposto a encontrar alguma mulher que faça eu parar de pensar em minha sobrinha. Entro no lugar que já está cheio, ando até o bar e me sento em um dos banquinhos.
- Uísque porfavor!
Peço pro grandão atrás do bar e ele me serve. Bebo sentindo o álcool descer rasgando pela minha garganta, olho ao redor e foco em uma loira que está a três banquinhos do meu. Ela me encara e sorri, pisco pra ela e bebo minha bebida de uma vez só. Olho pro barman e digo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Matt - Is it Love?
Teen FictionDepois de perder seu grande amor para seu próprio irmão, Matt Dallas decide se mudar para Califórnia em uma tentativa de esquecer Anne. Anos depois mesmo com medo de que seus sentimentos por ela ainda estejam vivos ele volta para passar o Natal com...