Segunda Fase: A Ira Vulcânica

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O vulcão adormecido acordou por um despertar rude. Seu ódio inflou e suas lavas foram cuspidas para fora, o calor que emanava dele de alguma forma aquecia e derretia o meu coração.
O sentimento masoquista de mantê-la perto mesmo quando eu sei que as suas lavas podem me queimar.

Até mesmo as águas mais profundas e calmas podem abrigar sentimentos turbulentos, é irracional esperar que um lago permaneça calmo em meio a uma tempestade.

Muitos são aqueles que podem fazer um furacão em um copo d'água, mas poucos são aqueles que podem fazer ela sorrir em meio a tempestade.

Os conflitos em terra acordaram a sua verdadeira ira, suas lavas incandescentes queimaram tudo a sua volta com indignação. Os humanos exclamam maldições aos desastres naturais, mas não foram eles que os causaram?

Eu me pego te explorando em certos momentos, e percebo que mesmo entre a indignação e o ódio outra coisa se esconde dentro de si. Algo que não sai na erupção, algo que se esconde no subterrâneo de seu coração.

As metáforas vivas que uso para descrever tal musa em sua complexidade não chegam aos pés do que realmente é.

Seus cachos desatam de sua cabeça em uma cor bronze avermelhada, em um estado de adormecimento. Sei que as injustiças podem acordar o vermelho vivo dos sentimentos.

Em algum momento eu descobri o que você escondia em seu coração, um terno carinho e compaixão, o abraço, o selar casto da lua com o mar.
Me pergunto eternamente como você pode ser tempestade e céu azul. Um compilado de sentimentos compactados em um só ser.

Não importa o quanto você esteja irada, seus palavras não podem esconder a dor que você sente por perceber que o mundo se encontra assim.

Ass: Sympou

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