Sobre Cobertores, Cicatrizes e Festas

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Os comentários surgiram de maneira inevitável entre aqueles que despertaram e começaram a andar pela casa. Inicialmente, foi Hyungwon que notou os dois amigos dormindo juntos no banco da varanda totalmente cobertos. Ele sorriu levemente e sentiu uma ligeira curiosidade em saber como eles haviam chegado ali, contudo, decidiu que iria respeitar e não perguntar o que havia acontecido. Simplesmente voltou para a cozinha para fazer um café.

O segundo a despertar e observar a cena na varanda não conseguiu ser tão discreto. Hoseok sempre acordava logo após o companheiro levantar, sendo assim, quando estava em busca daquele beijo de bom dia de Hyungwon, viu a cena incomum do dia e deu um gritinho quase alto.

- Cale a boca. – Hyungwon interveio o namorado escandaloso. – Deixe eles dormirem mais um pouco.

Nenhum deles resistiu a algumas risadinhas quando estavam na cozinha.

Por último, foi Jooheon quem riu alto ao ver Changkyun e Kihyun dormindo juntos. Ele nem mesmo sabia como que Changkyun, o tímido garoto que curtia vídeo game, programação, livros de ficção cientifica e qualquer outra atividade que não precisasse de muito contato físico, havia conseguido fazer com que Kihyun, o mal-humorado e extremamente crítico, estivesse ali, apoiado em seu ombro e praticamente deitado em cima de si. Era uma história que Jooheon adoraria escutar mais tarde.

Se juntou a Hyungwon e Hoseok, não podendo ignorar o desespero do casal em se separar assim que Jooheon abriu a porta. Devia ter interrompido algo muito interessante.

- Parece que a única pessoa na casa sem alguém para beijar na boca, sou eu. – Jooheon reclamou alto enquanto ia até o armário, apanhando uma caneca. – Essa é a vida triste de um homem livre demais.

Hoseok, após se separar rapidamente de um Hyungwon ligeiramente envergonhado, foi até a geladeira pegar uma caixa de leite. – Não vou nem mesmo comentar qual boca você está beijando nessa casa, seu cara de pau. Não se faça de inocente, Jooheon. Conheço sua laia.

- Eu? – Jooheon sorriu debochado. – Me mantenho puro dos pecados carnais assim como vocês, fiquem tranquilos.

O som do mar e dos pássaros ao redor trazia uma tranquila sensação a mente de Kihyun, assim como o calor que seu corpo recebia acabava por transmitir uma calmaria fora do comum. Kihyun somente despertou mais cedo do que deveria por sentir dedos afagando seu cabelo.

Changkyun estava com a expressão serena e o nariz consideravelmente avermelhado por conta da brisa gelada da manhã. A coberta cobria o tronco de ambos e dentro da mesma, as peles se encontravam e se aqueciam. Era uma boa sensação na opinião de Kihyun.

O fotógrafo gostaria de desejar bom dia a aquele que lhe afagava, porém, notou que palavras não pareciam tão necessárias naquele momento. Sentia-se confortável e livre, um tipo de sensação que não experimentava á muitos meses. Poderia até mesmo dizer que estava começando verdadeiramente a gostar de Changkyun.

- Sei que errado, mas as vezes queria que o tempo parasse. – Changkyun falou com a voz mais rouca que o normal, trazendo arrepios ao corpo de Kihyun. – É como se eu estivesse tendo boas sensações após um tempo demasiadamente longo.

- Faço das tuas palavras, as minhas.

Era simples ali. Era apenas duas pessoas com problemas que buscavam conforto naquele que compreendia sua dor. Eram pessoas que se fecharam ao mundo exterior, mas agora conseguiam se expressar usando poucas palavras. Era uma linguagem que só eles compartilhavam ali.

- Jooheon me contou que nessa noite haverá um lual próximo daqui. – Changkyun começou. – Eu não estava com muita vontade de ir, mas pensei que se você fosse comigo poderia ser divertido. Vai ser bom ir à uma festa.

Tatuagens e Amores {Changki} - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora