vencendo o passado

Jon// Dany

JON:  quarta feira tinha chegado mais rápido do que ele esperava, eram exatamente meio dia, ele agora estava indo para casa descansar um pouco antes de ir para a consulta com a psiquiatra  às três da tarde, não sabia como isso poderia funcionar mas sabia  que pior não ficaria e se essa psiquiatra fosse tudo isso que seu pai lhe disse, seria uma ótima oportunidade de se abrir verdadeiramente  com alguém, ele tinha voltado para o seu trabalho naquela manhã, foi difícil, claro, levando em conta que parecia que todos já sabiam da sua separação.- estou tão ruim assim?- se perguntou enquanto se dirigia para casa.

Ainda era difícil chegar em casa e não encontrar  Val deitada ou lendo revistas, ou com as suas amigas, mas tinha que se acostumar, agora só eram ele e seu cachorro e não pretendia arrumar ninguém no momento, seu coração ainda estava quebrado, Val por um longo tempo foi como uma droga, um vício,  por mais que quisesse tirar da cabeça, a vontade de consumo voltava, mas ele estava tentando ser forte, não perdoaria uma traição.

Ao chegar em casa foi surpreendido por seu cachorro que como sempre estava a sua espera atrás da porta...
- olá amigão, você se comportou?.- perguntou ao cachorro como se ele o entendesse, o que parecia já que o cachorro ficou ao seu lado triste até o momento em que ele saiu daquele sofá pela manhã.

após dar a ração ao cachorro  ele subiu para seu quarto  e dormiu um pouco  sem se preocupar em tomar banho, olhou no relógio e viu que tinha duas horas até o horário que teria que ir pra clínica.

As uma e cinquenta o despertador tocou anunciando que estava na hora de se levantar,  resolveu tomar banho e vestir uma camisa polo preta, calças pretas e tênis , se olhou no espelho e fez  apenas um coque nos cabelos,  desceu, amarrou o cachorro na varanda para ele não sair atrás de si, tomou um suco e foi para a clínica.

Ao chegar notou que Era uma clínica grande com altas janelas e quatro andares, com vários retratos, pinturas, poltronas, pessoas circulando de um lado para o outro, como não sabia aonde ficava a sala de espera resolveu perguntar para uma moça de cabelos pretos que supôs ser  a recepcionista.

-boa tarde.- falou.- você poderia me informar aonde fica a sala de espera para os pacientes da senhorita missandei por gentileza.

- sim, sim- falou sem tirar os olhos do seu corpo.- quarto andar senhor, você pode sentar e esperar que após os três últimos pacientes que restam ela lhe atenderá.

- obrigada – agradeceu educadamente.

- após subir para o quarto andar, viu outros pacientes sentados esperando, então resolveu se juntar a eles, se sentou  em uma das grandes cadeiras macias que estavam na sala, virou de lado e percebeu uma grande porta que supôs ser da psiquiatra.

Pelo menos uma hora havia se passado e só restava ele e outra paciência, supôs já que tinha visto duas pessoas entrarem, um senhor de pelo menos uns 40 anos e uma adolescente acompanhada dos país, olhou para a pessoa para saber em qual dos perfis ela se encaixava – pode ser uma alcoólatra ou talvez apenas uma adolescente rebelde- pensou- ao virar para ver se sua suposição estava correta se surpreendeu ao notar que grandes olhos roxos estavam  o encarando, mas não eram olhos felizes, eram olhos curiosos, olhos tristes, olhos que estavam procurando algo em meio a dor.- o que uma mulher como essa faz aqui?- se questionou.

Então viu que ela se sentou duas cadeiras de distância da dele e ficou olhando pra alguma coisa que não soube identificar.- o que eu estou fazendo olhando pra ela? Não a conheço mas com certeza isso está melhor assim- pensou - ela se levantou e foi beber água, quando voltou foi se sentar do outro lado da sala e ficou olhando para a porta onde a psiquiatra estava- ela está me evitando? O que será que aconteceu com uma mulher como aquela para estar aqui? - Pensou enquanto continuava olhando para aquela pequena mulher e via que ela era bonita,- muito bonita, até mais bonita do que a  val.- que estou fazendo? Porque estou pensando isso? Ela pode ser igual ou pior do que a val.- concluiu.- não, eu não posso acreditar ela seja assim, ela não parece ser assim.