Red Riot

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Red Riot

Eijirou Kirishima, desde seu nascimento, foi um bebê dócil e amoroso. Pode-se até dizer que era o ser mais fofo nascido na Terra, porém infelizmente não foi o que seus pais biológicos pensaram ao notar os dentes anormalmente pontiagudos que nasciam e se tornavam cada vez mais evidentes. Não queriam uma criança defeituosa como aquela, não poderiam mantê-lo, seria ruim para seus status.

Portanto, abandoram-no.

Uma criança de apenas quatro anos com madeixas negras e baixas perambulando perdido, confuso e desolado pelas ruas de uma cidade grande. Não sabia o caminho de casa, não sabia o porquê de simplesmente ter sido deixado ali sem explicação alguma. As lágrimas grossas já brotavam em seus olhinhos com íris carmesim e a saudade de sua família batia de forma intensa. Queria seu pai, queria sua mãe, mas não iria tê-los e aquela realidade era trágica demais para uma inocente criança sequer cogita-la. Aquilo deveria ser algum tipo de mal entendido, certo? Ele sempre foi comportado e educado, sempre fez o que lhe era mandado, então por que estava ali sozinho agora? Nenhuma de suas dúvidas era respondida, nem mesmo as pessoas que transitavam pelas ruas apressadas para seja lá onde estivessem indo não prestavam atenção na cara chorosa e confusa do menininho.

Estava sozinho.

Horas se passaram e a noite começou a cair. O pequeno garotinho estava sentado na bancada de uma loja que já havia fechado, havia chorado horrores e ainda estava confuso com sua condição. Não tinha quase mais ninguém na calçada e estaria tudo escuro se não fossem os postes de luz.
Encostou as costas na parede, colocando a cabeça entre os joelhos e os abraçando, com medo de que alguém maldoso aparecesse e seu pai ou sua mãe não estivessem lá para protegê-lo.

Ninguém estaria lá por ele.

Seus olhos ardiam, porém as lágrimas, mais uma vez, insistiram em cair enquanto a saudade se tornava cada vez mais intensa, o medo lhe consumindo e as perguntas ainda sem resposta.

Seu coraçãozinho acelerou quando ouviu passos brutos em sua direção. Era de alguém grande, com certeza.

Várias pessoas grandes, para ser mais exato.

Ele apertou a cabeça entre os joelhos, temendo que algum monstro fosse lhe capturar e levá-lo para longe de vez, as lágrimas continuaram a cair e ele se forçava a segurar os soluços.

— O que isso? Uma criança? — tremeu ao ouvir uma voz grossa, inclinando a cabeça hesitante para fitar quem era.

A iluminação era ruim, mas pôde ver um homem alto e grande, parecia forte e seus cabelos eram vermelhos e inclinados para frente.
Poderia admirar a figura se não fosse a situação.

— O que uma criança faz aqui? — ouviu outra voz, desta vez, feminina.

— Deve estar perdida. — Outro homem falou, um loiro.

— Ei. — o homem de fios ruivos chamou, agachando na frente de Eijirou. — Está perdido garoto?

Kirishima foi ensinado a não falar com estranhos, mas agora precisava de respostas, precisava encontrar seus progenitores novamente, então mesmo que estivesse com medo, abriu a boca, sua voz soando trêmula.

— S-sim...

— Lembra onde viu seu papai ou sua mamãe pela última vez?

Kirishima balançou a cabeça positivamente.

— Meu papai, 'eliʼ me 'dexoʼ na r-rua e foi embora no 'carruʼ — o garotinho falou com dificuldade — Acho que 'eliʼ 'miʼ esqueceu.

O homem mais velho fitou o moreninho com pesar. Havia entendido a situação que a pobre criança ainda era incapaz de compreender e aquilo era doloroso de se ouvir. Suspirou, pensando no que poderia fazer.

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⏰ Última atualização: May 02, 2020 ⏰

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