Capítulo 7

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POV MARIA EDUARDA

Notei o quanto Gaia havia ficado afetada após a visita surpresa do seu namorado, agora ex. Decidi levar ela até o meu lugar favorito e desconhecido por muitos. Era uma construção não terminada, ali seria uma floricultura, mas a dona, que era conhecida da minha mãe, acabou falindo, e até hoje não conseguira dinheiro para continuar sua obra. Costumava ir lá quando precisava esvaziar a mente e me acalmar um pouco, poucas pessoas que me conheciam sabiam desse lugar. Eu tinha a chave, dona Marlene, dona dessa construção não terminada, havia me dado. Ela sabia o quanto eu gostava desse cantinho.

-É aqui – falei pra gaia que estava dirigindo. Ela estacionou no meio fio e descemos do carro

-É deserto aqui, não é perigoso?

-Perigoso? Aqui é o paraíso, Gaia – falei andando até a porta que dava acesso a floricultura inacabada. Peguei a chave e destranquei

-O que era isso? – perguntou ela curiosa

-Era pra ser uma floricultura, mas dona Marlene, amiga da minha mãe, ficou sem dinheiro pra dar continuidade a esse sonho – falei sorrindo de lado e entrando

Entramos e mostrei alguns cômodos que estavam prontos e alguns inacabados. Eu sempre mantinha o lugar limpo, tirava algum final de semana pra fazer isso, as vezes contava com a minha irmã pra me ajudar

-Eu sempre quis arrumar isso aqui pra Dona Marlene, mas não tenho condições financeiras suficientes pra isso – falei em um tom triste

-Aqui seria uma bela floricultura, pena que não deu certo

-Sim, mas tudo bem, dona Marlene já se conformou com isso. Vem, Gaia! – chamei ela para um colchão inflável que eu sempre deixava lá

Deitamos uma do lado da outra e permanecemos em silêncio por alguns minutos até escutarmos o telefone da Gaia tocando. Decidi deixar ela falando com quem fosse no telefone e fui até o meu cômodo preferido. Era uma espécie de jardim de inverno. Eu sempre fui apaixonada por girassóis, tinha um tatuado no meu braço direito, inclusive. Então decidi usar aquele espaço para plantar os meus girassóis. Gostava de ficar admirando eles e a fidelidade dele para o sol

-Oi! – disse Gaia me tirando do meu transe – Que lindo! – disse ela elogiando minhas flores

-Sim! São minhas preferidas – falei me virando para ela – tá tudo bem? Perguntei notando o seu semblante triste

-Na verdade não, mas prefiro esquecer, pode ser?

-Claro! Quer ir embora?

-Ir embora?? Acabamos de chegar, Duda! – disse ela esboçando um sorriso triste. Não sei o motivo, nem razão, mas eu cheguei perto e lhe abracei. Ficamos assim por alguns minutos. Ela estava provocando coisas estranhas em mim, não sei dizer, muito menos explicar, mas a última vez que senti essa paz, acabei ferida, preferi me afastar – Duda! – disse ela após rompermos o abraço

-Sim – respondi – Ela olhou no fundo dos meus olhos, se aproximou e me beijou, sim, me beijou! Eu apenas correspondi sentindo arrepios pelo meu corpo

-Para! – falei me afastando dela – Isso não é certo, Gaia! – Ela não ouviu o que eu disse e me beijou novamente, dessa vez com mais vontade. Muitas coisas passaram na minha cabeça, a primeira delas é que ela estava em um momento de fragilidade e parecia que eu estava me aproveitando dela – Gaia! – falei colando minha testa a dela

-Eu quero, duda! Eu preciso disso, preciso esquecer minha família. Preciso esquecer do mundo. Só você consegue me tirar da órbita, por favor – Após ela dizer isso voltamos a selar nossos lábios em um beijo nada calmo

Passava as mãos pelo seu corpo. Eu estava completamente excitada. Não conseguia mais controlar minhas mãos e muito menos o meu desejo. A segurei pelo cabelo e cintura e escutei um gemido baixo. Conduzi ela até uma parede e a prensei sem qualquer delicadeza. Continuei meu passeio pelo seu corpo. Passei minhas mãos pelos seus seios por cima da blusa e escutei outro gemido rouco dessa mulher que estava me enlouquecendo. Não pensei duas vezes e coloquei minhas mãos por baixo da blusa e desabotoei o seu sutiã. Colei rapidamente minha mão em seus seios, nos quais se encaixaram no tamanho ideal da minha mão. Apertei e novamente ouvi seu gemido rouco

-Não para, Duda, por favor, não para – disse ela totalmente entregue ao momento – O que você tá fazendo comigo? Nunca quis fazer isso com uma mulher – eu apenas sorri e desci minha boca para sua nuca, depositando beijos ali – Meu deus, garota! – ela puxou minha cabeça e voltou a me beijar

Continuei com a minha mão em seu seio, mas já não aguentava mais, precisava de mais. Desci minha mão para a barra da sua calça. Pedi permissão para Gaia e ela apenas assentiu com a cabeça. Desabotoei sua calça e coloquei minha mão por cima da sua calcinha que estava encharcada. Meu deus, que mulher é essa? Na hora que iria colocar minha mão dentro da sua calcinha seu telefone tocou, fazendo gaia me afastar bruscamente

-Alô? – disse ela arrumando sua roupa – Eu estou bem, pai! Eu já estou indo pra casa, ok? – Ela então desligou o telefone e olhou em minha direção – Eu preciso ir – disse ela se aproximando de mim e depositando beijos no meu rosto – Desculpa! – ela então se afastou e foi em direção ao carro. Partiu sem ao menos me dar tchau. O que eu fiz?

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