Capítulo 3 Edmundo

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 Estava tudo muito cinza em casa, ainda veio o bombardeio para fomentar mais ainda a tristeza. A única coisa que estava na minha cabeça naquele momento, era salvar a foto do nosso pai, pelo menos uma lembrança dele conosco, pois não havia mais chances, foi tudo muito rápido. Meu irmão ainda teve que me chamar a atenção, querendo ser o homem da vez, não via que eu tinha feito e muito menos me agradeceu claro. Nesse momento em diante fiquei pécimo, se afastar de casa, deixar mamãe sozinha, não ajudou em nada, o silencio foi a melhor coisa ali.

Tivemos que distrair com tudo que podia na casa do professor, quando Lúcia descobriu o mundo no guarda roupas, não perdi tempo de encher o saco, era meu escape para minhas frustações, quando Pedro me chamou a atenção de novo, ai que foi o estopim para ver o que Lúcia encontrava toda noite, segui ela e descobri Nárnia, fui teatral, falei as coisas da boca pra fora e tive a chance de encontrar alguém que podia me ajudar, aquela mulher toda branca, atraente não podia ser do mau né.

Segui com o combinado ao aprontar na casa e fazer eles entrar ali no mundo de Nárnia, para ser o rei, ver se ganhava mais manjar turco e bebida quente que ela me prometeu. Ganhei outro esporro de Pedro e assim foi, minha sede de vingança pulsava em mim. Saber de tudo com os castores e fui para o castelo que ela me mostrou, falei o que sabia, esperando pelas recompensas...

Tudo que eu recebi foi uma patada e uma sela gelada com uma comida horrível, coloquei eles na beira da morte, aqueles cães horrorosos foram atrás deles, da minha família! Como fui tolo, burro, idiota tudo de negativo que quiser achar, fiquei com o coração esmagado, chorei por dentro, senti saudades, queria sair dali e pedir perdão a eles, foi tudo que eu pensei, cai em mim.

Saber que depois de tudo isso, eles foram por aquele reino todo gelado buscar ajuda para mim, fiquei sabendo das dificuldades depois que me contaram, para recompensar tudo, ajudei o Pedro com o exercito para derrotar aquela bruxa má, Aslam ainda conversou seriamente comigo, falando para mim esquecer do que passou, falou que fui vitima de um golpe que custaria a vida dos meus irmãos, a feiticeira não iria me dar coroa, iria ficar com tudo para sempre e só para ela.

Quando resolvemos as coisas, tivemos nosso reinado de paz, recompensei com todas minhas forças lutando e acabando com as coisas da feiticeira, me aproximei mais de Lúcia, aprontamos juntos, nos divertimos e juntei nos 4 para outras diversões também, sendo justo com eles, eles mereciam isso. Minha coroação verdadeira veio de um Leão, nem tinha ideia disso, ainda deu a vida por mim, me salvando.

Voltar para nossa casa sendo um garoto melhor, deixei de ser aquele valentão, pedi desculpas a muitas pessoas e recompensei elas também, ajudei na escola e tudo se resolveu dentro da minha consciência, mas ainda não tinha terminado nossas missões em nosso pais secreto, ajudei Pedro no momento que ele estava dolorido na batalha contra Miraz, ele reconhecer isso então, foi como uma medalha de ouro para mim.

Nessa jornada de volta, já estávamos na adolescência, fiquei até com ciúmes de Lúcia para arrumar algum namorado, estávamos tão próximos que deu nisso, ai mais um desafio: ciúmes.

Passamos férias na casa de Eustáquio, ele tentou arruinar claro, mas nessa fomos chamados para navegar no Peregrino da alvorada, essa aventura foi louca, cômica e emocionante. Tivemos nosso trabalho com o primo, que no final das contas quando ele virou dragão passou a ter menos daquela arrogância que tinha, ele ainda me contou que Aslam teve uma conversa séria com ele, foi um desabafo de homem para homem naquele instante, vimos que não éramos mais aqueles moleques que só faltava socar um a outro, havíamos crescido mesmo, foi muito doloroso não poder voltar mais, eu e Lúcia nos sentimos como Pedro e Susana antes, é triste, um reino que um dia foi nosso, estávamos deixando para atraz para sempre, uma esperança me ascendeu ao saber do pais de Aslam, não tive o mesmo privilégio que Ripchip, mas ficou feita a nossa história.

A vida seguiu normalmente, agora eram apenas as reuniões para manter as coisas vivas conosco, compartilhamos nossas aventuras juntos, eles riram bastante da história dos chiliques de Eustáquio, ele claro levou numa boa, mas ficou com aquela culpa de não ter aproveitado mais do navio, mas eu falei: veremos ele de novo no Pais de Aslam, sendo a única chande de um novo encontro.

Eu guardei as coisas que anotei junto com as da Lúcia, não queria que o pessoal do trabalho soubesse desse segredo devido as constantes reuniões lá em casa,pois eu era professor de literatura e minha biblioteca era muito exposta, não iria dar para guardar o nosso segredo intimo.

Toda essa marca em mim, começou apenas com uma brincadeira de esconde esconde, de ter pegado aquele lugar nas cortinas e deixado Lúcia ter essa oportunidade de descobrir o que transformaria nossas vidas para sempre, é emocionante.

POV-Irmãos PevensieOnde histórias criam vida. Descubra agora