Capítulo 05

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Evie

Os últimos dias foram uma correria danada, estávamos em dúvida, mas decidimos ir atrás das vagas anunciadas no jornal. É em uma fazenda e adivinhem, é uma fazenda onde plantam maçãs! Vovó está firme e forte trabalhando na casa da família Morgan, pediram para que ela ficasse a semana inteira lá, na casa fica apenas eu e Liza, a maior parte do tempo ficamos entediadas e as maçãs do amor não dão o dinheiro necessário, por isso conversamos com a vovó e nós decidimos ir atrás dessa oportunidade.

Não esperávamos que seríamos tão bem recebidas, Justine, Candelária e Merry são uns amores, elas perceberam rápido que Eliza está grávida, quase deixaram Alek doido, tadinho. Conseguimos o emprego, eu fiquei na colheita e Eliza com Merry, Justine e Candelária, achamos melhor assim, as três podem cuidar dela. Estamos felizes, falamos com vovó todos os dias, sinto a falta dela, mas essa distância no momento é necessária.

Os dias se passam muito rápido, fico pensando na cidade, não sinto falta do barulho, da agitação, o que realmente sinto falta é dele, mas que raiva que me dá só de lembrar dele todo petulante, mais raiva ainda sinto ao lembrar dele beijando aquela bruaca, agora o nível máximo da minha raiva é comigo mesma por me importar com ele e sentir falta de vê-lo.

Tento me manter focada no trabalho, são poucas mulheres que trabalham na colheita, somente 4, três são casadas e eu aqui solteirona, elas são legais, me receberam bem, me ajudaram, ensinaram, me dei bem com elas. Mas me perdi delas, não deixo o pavor tomar conta da minha pessoa e continuo trabalhando.

Por que raios esses pés são tão altos? Fico pulando a modo besta tentando pegar uma maçã.

- Você é muito feia viu. - Digo apontando para a maçã, fico deprimida por não alcançá-la.

- Só por que ela está no alto? - Ouço uma voz masculina, rouca, maravilhosa, mas que me assusta e acabo soltando um grito e tacando várias maçãs em direção do homem, ele se aproxima de mim e segura meus pulsos. - Hey, calma! Não vou te fazer mal!

- Não é o que parece, está me segurando pelos pulsos, isso em séries e filmes ou é quando o cara quer conter a garota e beijá-la ou é quando ele vai matá-la lentamente, sua cara me olhando também não é das melhores! - Desembesto a falar e sai um monte de merda que na hora do pavor a gente nem repara no que diz.

- Tem algum problema mental?

- É um requisito os funcionários serem normais? - Não faço a menor ideia de onde essa conversa sem pé nem cabeça vai chegar.

- Sei lá. Está mais calma?

- Estou. Pode me soltar? - Ele me solta, sinto falta de seu toque, mas que raiva, maldito seja esse homem que tem esse efeito todo sobre mim. - O que faz aqui? - Decido perguntar, não esperava encontrá-lo aqui, estou até pensando que ele está me seguindo.

- Trabalho aqui. - Estranho, muito estranho, vi esse homem na cidade e ele não parecia um simples peão de fazenda.

- Hum. Me assustou. Estava fazendo meu trabalho bonitinho aqui.

- Eu vi, estava chateada com a maçã pelo simples fato dela estar no alto e não alcançar!

- Muito sem graça, custava ela estar no baixo como as outras?

- Ah claro, não custava nada ela estar no baixo, só para te agradar!

- Não sei se você sabe, mas sou uma das pouquíssimas mulheres que aqui trabalham, não tenho a altura desses homens! - Ele parece estar pensando em algo, ótimo o processamento dele é lento.

- Acho melhor você trabalhar junto com as outras três.

- Só por que você quer? Não, você não é meu chefe! Eu trabalho onde eu bem entender. - Ele me olha querendo me estrangular, tenho certeza que essa é sua vontade.

Maçã Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora