As melhores e as mas lindas coisas do mundo não podem ver nem tocar. Elas devem ser sentidas com o coração.
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Calça e blusa social preta de funeral. Sapatos pretos. A morte tem seu estilo, fico feliz por não ter que usá-lo com muita frequência. As roupas que encontrei depois de revirar o fundo do meu closet, ainda tem um leve cheiro de verão e cloro, o cheiro provavelmente é apenas uma lembrança.
- Jimin, chegue mas perto, para Jay sentar com seongwoo - a voz da minha mãe me desperta do meu sofrimento e me leva de volta para o funeral.
Minha Omma abre espaço para eu me aproximar dela no banco da igreja,e eu deslizo para baixo do seu braço enquanto o namorado do seong se junta a nossa família. Embora eu não consigo falar isto para minha mãe, é bom quando o braço dela repousa no meu ombro. Se não estivéssemos em um funeral eu provavelmente a afastaria. Mas isso seria egoísmo da minha parte, já que a Sra. Jeon sempre foi a melhor amiga da minha mãe.
- como está o Jungkook? - pergunta minha mãe.
- não o conheço direito. - respondo simplista.
- vocês são da mesma escola há onze anos. - dou de ombros.
O que faz os adultos sempre acharem que as crianças devem ser amigas só porque as mães são? Compartilhar a primeira aula e armários vizinhos não significa que se conhece a pessoa para além de seu rótulo.
Antes desta semana Jungkook era o garoto esquisito. Agora ele vai ser o garoto cujo o pai matou a mãe. Esse rótulo vai ser passado de ouvido em ouvido sempre que Jungkook andar pelo corredor. Antes era fofoca maldosa, agora é por pena.
- Seria bom se você oferecesse ajuda. - minha mãe continua mas logo a mesma vira quando a música muda.
Não há letra na música oque a torna mas triste. Toda música merece ter palavras. Merece contar uma história. A história da Sra. Jeon acabou, então talvez ela não precise de palavras, mas Jungkook deve precisar, oferecer ajuda para ele é uma daquelas coisas certas que minha mãe fala, mas não dá para compartilhar um closet e uma pilha de figurinhas de futebol com alguém que mal se conhece. Então apenas desejo que ele encontre um lugar para se esconder.
Seongwoo se afasta do Jay e pergunta:
- Jimin, ele é do seu ano?
Aceno confirmando que sim. E desejo internamente que seongwoo abaixe a voz.
- Até que ele não é muito feio.- acrescenta ele.
- A mãe dele morreu - digo. E me aproximo mas da minha mãe, oque não é exatamente possível por já estarmos coladas, seongwoo está errado de qualquer maneira, ele não é feio; É desleixado oque é diferente.
Eu preferia me sentar com Jin e Taehyung, mas todos os pais estavam com os filhos amontoados, com se estivesse tentando compartilhar um guarda-chuva em uma tempestade. Eu amo minha família, mas parece que nos momentos que estou mas triste estou cercado de pessoas que não sei conversar. Com seongwoo e jaebeom sombra, ou com meu pai e minha mãe.
- Ele anda com quem ?- meu irmão insiste.
- Com ninguém.
Minha Omma dá aquele olhar para seongwoo como se mandasse ele parar com as perguntas.
- É agora - começou o homem que deduzi ser o tal pastor - vamos ouvir os dois filhos da Sra. Jeon: Yoongi e Jungkook.
Observei yoongi levantando do seu lugar onde anteriormente estava consolando o Jungkook e vai até a frente sem erguer o olhar.
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vinte e três- [ jjk + pjm ]
De TodoEra uma noite de verão como qualquer outra, uma noite que era para ser divertida ao ver de quem estava presente na festa,mas não para park Jimin, aquela tinha sido a noite que o mesmo fora envergonhado, violentado tanto tanto físico como psicológico...