Prólogo

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Quando tudo parece dar errado na vida, você deve seguir em frente e não desistir dos seus sonhos. E dai que seu boy não te quer porque você não tem silicone nos peitos? E dai que seu chefe te demitiu porque você deixou cair os cílios postiços no café dele? E dai que você mora em um apartamento caindo aos pedaços e não tem dinheiro pra comprar fini? Amiga supera e bate na cara da vagabunda da vida. Caras amigas eu sou uma mulher de 25 anos desempregada, solteira e com uma ótima estabilidade emocional, por isso tomei a iniciativa de fazer esse blog e mostrar a sociedade o que fazer para se tornar uma mulher de sucesso.

Dica do dia: Sempre que o problema bate a minha porta eu sambo na cara dele e comemoro com uma boa taça de vinho tinto.

— Você samba na cara dele? Acorda Sakura você tá ouvindo raça negra chorando em cima da lata de sorvete. Que imundice é essa que você está morando? Mamãe sabe que está dividindo esse moquifo com os ratos? E desde quando você escreve um blog? Não deve nem ter seguidor.

Você está feliz até sua irmã perua invadir a sua casa e jogar seus problemas na sua cara.

— Me erra. — bufei assoando o nariz  na manga do pijama velho dos teletubbies. — O que tá fazendo na minha casa?

A perua ruiva saltou sobre o lixo da minha imunda sala e parou a minha frente fazendo sua costumeira cara de irmã mais nova birrenta. Ainda teve a ousadia de fechar meu notebook e joga-lo para o lado. Agora consigo entender porque caim matou abel, tudo faz sentido agora.

— Irmãzinha sabe que eu te amo.

— Desembucha falsiane. — disse entredentes tentando não estrangula-la.

Não valia a pena ir pra cadeia tão jovem, ainda mais por causa dessa praga.

— Preciso da sua ajuda.

— Claro que precisa. — revirei os olhos me levantando e saltei até a cozinha tentando não tropeçar em nada.

Abri a geladeira encontrando teias de aranha e toda família de insetos, tinha até um morcego no congelador e nada de comida.

— Tem um cara que eu tô muito afim, mas ele não me dá bola. — Karin tagarelou no meu ouvido.

— Por que será né?

Karin era ridiculamente grudenta, uma patricinha  sem cérebro. Além de ser uma perua louca  interesseira que só ia atrás de homens ricos.

— Mas como o universo está ao meu favor, o gostosão é vizinho de apartamento da minha linda irmãzinha.

Eu tenho vizinho?

— Nem vem que eu não vou apresentar você pra ninguém, nem conheço esse vizinho.

— Ele já me conhece amor, causei uma boa impressão mas o cara é tímido. — ela desdenhou olhando as unhas cumpridas pintadas de vermelho.

— Fala logo o que você quer criatura.

— Você vai roubar a cueca dele pra mim fazer uma simpatia, a vovó Tsunade me ensinou uma infalível.

Essa criatura não pode ter o mesmo sangue que o meu.

— Some da minha frente Karin, eu não vou compactuar com suas macumbas.

— Simpatia. E se você não fizer isso eu vou contar pra mamãe que você tá desempregada e morando em um lixão. — cantarolou sorridente.

Eu não mereço essa praga como irmã. Se Dona Mebuki descobrisse a minha situação e posso dizer adeus a minha vida traquila de adulta.

— Sua cadela.

— Tchau irmãzinha amanhã venho buscar minha cueca. — a filha da puta me mandou um beijo antes de bater minha porta.

Peguei um pão duro em cima da mesa e voltei desanimada para o sofá abrindo meu blog que tinha duas seguidoras.

Nunca pense que a situação não pode piorar meninas, sempre há chances de você ir parar na cadeia por roubar a cueca do vizinho para fazer macumba.

A culpa é da cuecaOnde histórias criam vida. Descubra agora