"Você quer que cortem minha cabeça não é, Nichollas? Ta louco? Você sabe muito bem que não pode sair de forma alguma...e...e eu não vou arriscar meu pescoço dessa forma..." Diz Bekka temeroso ao ouvir essas palavras.
"Que se dane, eu cansei, cara. Já faz anos que estou aqui, não sou como vocês que ficam andando livremente por aí, sentindo a doce brisa da manhã ou atolando seus pés na lama do pântano. O bosque é aqui perto, ninguém irá nos ver, nem sabem quem sou eu lá em cima, bem sabem que existo, eu só...eu só quero uma maçã caramelo e nada mais..." Disse eu apelando para o modo mais emotivo possível."Agradeça a todos aqui por ninguém saber sua existência, ou teria acabado como todos os seus demais familiares, mortos, aniquilados." Bekka não mede as palavras e apela para a parte que ele sabe que me toca: família.
"Escuta, Bek, não precisava ser tão grosseiro, eu vou dar um jeito então de sair eu mesmo daqui, com ou sem você..." falei e dei de ombros, me mostrando completamente furioso com as palavras de Bekka. "Garotinha mimada você, Nichollas, parece uma menininha que acabou de perder seu unicórnio atolado no pântano. Não tente nada estúpido, você não sabe nem como faz para sair daqui...não tem como". Disse Bekka puxando meu ombro e me forçado a olhar ele nos olhos.
"Eu dou um jeito, ou acha que em todos esses anos eu não ouvi conversas a respeito de como sair daqui? Eu vou me virar..." Respondi.
"Ótimo, tente, faço questão de falar para o Senhor Minus...ou melhor, relatar tudo para o Mestre dos Magos..." Responde Bekka determinado em suas palavras.
"Frouk? Ah, você não teria coragem de me trair assim, não é? Bek, se falar algo pro Frouk eu mato você!" Respondi tirando a mão de Bekka do meu ombro.
"Não mataria não, olha aqui, você pode até ser o futuro Rei, mas ainda é fraco, te matar seria fácil, mas eu não sou do tipo, assassino. E não, não vou deixar você sair, meu amigo!" Disse caminhando até a entrada para a área de alimentação, me deixando sozinho. Bek sempre foi fã de adrenalina, mas daquela vez ele não me acompanhou, até porque, era o nível máximo de transgressão eu sair da base subterrânea.
"Então, terei que ir sozinho, já cansei dessa proteção toda, preciso...pelo menos sentir..." Respondi para mim mesmo.
5 anos atrás, Ruínas de Bahamut...
"Senhora Magna, hoje é meu aniversário...certo?" Pergunto a ela meio receoso.
"Sim, meu jovem rei, hoje você completa doze anos e eu lhe trouxe um presente, já que a partir de agora irá começar um treino magia com o Minus..." Diz Magna com seu olhar doce abrindo uma caixinha de madeira delicadamente.
"Aqui está, Nichollas, um foco arcano, ele irá ajudar vc a controlar a sua magia, neste caso, seu foco arcano será este anel, que era usado pelos seus ancestrais Reis, passado de geração a geração, quando o Rei completa doze anos, ele recebe o anel arcano, como um presente passado de gerações em gerações" Dizia Magna enquanto colocava o anel em meu dedo.
"Uoouu, ele é lindo senhorita. Obrigado...Mas, eu tenho outro pedido a fazer este ano..." pergunto enquanto admiro o belo anel de prata, rodeado de runas mágicas.
"Ah, gostaria então de uma torta saborosa de maçã caramelada? Eu posso este ano fazer a melhor ja feita em toda Embersrealm" Magna sempre dizia isso, e sempre se superava.
"Não, não é isso senhora Magna. Preciso...é que...na verdade eu...EU QUERO IR ATÉ AS MACIEIRAS DA FLORESTA ÉLFICA COM A SENHORA." As últimas palavras custaram sair, entalada como um bolo de pregos na garganta.
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AS CRÔNICAS DE EMBERSREALM: A JORNADA DO REI
FantasyOs deuses dormem, as trevas estão despertas sobre o Reino de Embersrealm. Após o sacrifício do décimo segundo Rei dos Reis o reino parece perder a esperança, mas uma profecia mantém uma brasa acesa nos corações daqueles que antes perderam sua fé: "O...