10 - Make it right 🌟

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Amor, eu sei
Eu posso melhorar as coisas
Eu posso te abraçar mais forte
Todas estas estradas
Eram direcionadas até você

...🌙...
ALICE

— O que houve com a parte de sermos amigos?

O questionei decepcionada, pois esse foi o primeiro pensamento que me veio a mente após acordar do "desmaio" — vergonhoso pra um caralho, diga-se de passagem — e lembrar do motivo pelo qual eu perdi as estribeiras, e as pernas, há alguns minutos atrás.

Taehyung somente me encarou sem pronunciar nada. Até acho que tentou, pelo abrir e fechar de sua boca, mas nada pode ser ouvido.

— Por que você fez isso? — indaguei baixo. Eu tenho certeza de que não dei a entender que ele poderia fazer tal coisa.

Levantei-me do banco do jardim onde estava agora sentada, pois sei lá o motivo pelo qual ele me trouxe aqui, e me afastei sem querer ouvir a sua resposta. Estou um tanto quanto possessa e assustada pela pressão imposta.

Uma confusão de sentimentos contraditórios me assola, me deixa sem saber ao certo o que fazer. No entanto, a única certeza que tenho é que não posso deixá-lo crer que pode fazer tal coisa. Nem é questão de se fazer de difícil, é questão de respeitar meu espaço.

Eu não deveria ter deixado que se aproximasse, não posso passar por algo parecido mais uma vez.

— Eu sinto muito, Alice. Eu... eu me descontrolei.

Ao ouvi-lo se pronunciar, com dificuldade em formular as palavras corretamente, me virei. Ele estava em pé também, me fitando com semblante assustado. Mas assustada estou eu com o que sinto nesse momento.

— Se descontrolou? É sério? — me decepcionou ouvir tal desculpa. Respirei fundo e abracei meu próprio corpo na intenção de acalmar meus nervos e me sentir menos exposta.

— Sim, mas-

— Eu ouvi isso tantas vezes no passado, após ter sido maltratada de todas as formas possíveis por caras tão legais quanto você. E sempre foi: "sem querer", "não tive intenção" ou pior ainda, "me descontrolei".

— Eu não quis te causar mal... — ele tentou argumentar, porém o interrompi com a mão levantada antes que pudesse recitar mais e mais desculpas. Eu não quero trocar figurinhas sobre isso.

— Só para, por favor! Não fala mais nada.

Reuni toda a coragem que poderia existir em mim e o encarei sem medo, ainda abraçando meu próprio corpo. Tentei não demonstrar fraqueza, mas não consegui evitar chorar. Eu pensei que estivesse forte o suficiente para enfrentar o medo, mas acabo de me dar conta que não tenho forças para isso. É algo que exige demais e eu sou fraca.

— Eu sinto muito. — ele sussurra. 

Ele sente muito?

— Por que acha que não consigo chegar perto de você sem tremer dos pés a cabeça?

— Você não me quer por perto, é por isso. — respondeu-me com resignação, assumindo como verdade aquilo que ele já pensava, desde antes.

Notei um certo pesar em seus olhos, mas não quero me deixar levar pelo quanto eu gostaria de acreditar que realmente ele sente pesar por ter feito aquilo.

— Você demonstrou ser extremamente perceptivo e mesmo assim não consegue ver o real motivo? — retruquei rapidamente. Ele me encara e franze o cenho. — Não é o que você supõe...

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