01.

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É claro que era uma pegadinha. A mensagem apenas foi entregue e não visualizada. A menina já deveria saber que ele não iria responder, afinal, devia receber milhares de mensagem e bloquear todas por conta de saesangs que vazavam seu número. Ele mesmo havia dito isso em uma live.

Suspirou frustrada por seu coração ter se alegrando ao ver aquele número, bloqueou o aparelho e o deixou em sua escrivaninha. Olhou para os lados e grunhiu em protesto pela bagunça que seu quarto se encontrava.

Ela morava em um bairro simples, num prédio simples e aconchegante, com um quarto pequeno que estava de bom tamanho para as suas necessidades. Ela praticamente só o utilizava para trabalhar e dormir. Saiu do Brasil com seus 18 anos. Queria esquecer toda a sua história triste e um tanto clichê para trás e recomeçar a sua vida, com a sua pequena herança que praticamente tinha ido embora com seu passaporte, passagens, aluguel e muito trabalho.

Ela tinha um pequeno ateliê em seu quarto onde pintava quadros, camisetas e jaquetas de brechó que ela garimpava, costurava eco-bags personalizadas com grupos de kpop, principalmente do BTS. Sua clientela Army era bem ativa e sempre recebia encomendas de artes novas para encontros grandes de fãs que sempre faziam e trocavam presentes.
Além de toda sexta e sábado cantar em um daqueles palcos estilo "busking" que ficavam nas ruas. Ela cantava e tocava ukulele e violão, e conseguia um bom dinheiro com tudo isso para se sustentar.
Além disso tudo, ela trabalhava meio período em uma floricultura bem requisitada no centro da cidade. Recebiam grandes encomendas de buquês e coroas de flores para diversas ocasiões, o que fazia a loja ser bem procurada praticamente todos os dias.

Ela trabalhava muito e amava isso. Gostava de ocupar a cabeça para não pensar muito. Pensar demais acabava a deixando triste, por isso fazia tantas coisas.
Enquanto arrumava um espaço para dormir no meio daquela bagunça, pensava na alegria que sentia em ter conhecido o BTS. Era um grupo que ela realmente amava e era extremamente agradecida por tudo o que eles faziam por ela mesmo sem saberem. Eles a salvaram e a tiraram de um buraco escuro ao qual ela estava presa por muito tempo. Nada no mundo conseguiria explicar a gratidão que ela tinha por eles.

A menina suspirou pegando seu pijama, o vestiu e foi ao banheiro escovar os dentes, ficando rapidamente pronta para dormir. No dia seguinte teria que acordar cedo e ir para a floricultura, e mais tarde se organizar e ir fazer a sua apresentação.

06h00hrs

O celular tocava alto a despertando. A menina se levantou sonolenta e se arrumou para mais um dia de trabalho. Fez sua higiene matinal, tomou seu café e saiu de casa às 06h40. Teria exatamente 20 minutos para estar na floricultura. Como ela trabalhava apenas meio período, ela entrava uma hora e meia mais cedo para organizar e limpar a loja para que quando fosse 12h, ela voltasse para casa.

O dia estava perfeito. O céu azul e cheio de nuvens branquinhas deixavam o dia mais alegre. Um sol forte iluminava as ruas e aos poucos a cidade começava a despertar.
O vento gelado a deixava com leves arrepios. Era estranho estar entrando no outono com o tempo desse. A menina não via a hora de poder estar de fato frio. Ela amava o inverno e o aconchego que sentia ao colocar blusas quentes e botas. Tomar chocolate quente debaixo das cobertas enquanto assistia um filme ou série. Ela sorriu ao se lembrar da sensação e mal podia esperar para sentir isso novamente.

A loja não estava de toda bagunçada. Ela passou pelas prateleiras olhando cada flor e retirando as flores que já haviam murchado, folhas secas ou que já tinham caído do caule, colocando tudo em um saco de lixo. Varreu os corredores e passou um pano no chão para finalizar a limpeza. A menina foi até a porta e virou a plaquinha que dizia "FECHADO" para ficar com a parte escrita "ABERTO" virada para a rua.

Euphoria | Jeon Jungkook |Onde histórias criam vida. Descubra agora