Jungkook
Jimin bateu na mesa e riu alto, inclinando seu corpo para frente e para trás, como sempre fazia quando achava algo muito engraçado; algumas pessoas em volta nos olharam torto, mas ele sequer pareceu notar.
Meu riso acanhado acompanhou o seu, ignorando os olhares.
— De mim? — perguntou desacreditado, apontando com o indicador para o próprio peito. — Você ficou com vergonha de mim? Garoto, eu já vi você pelado!
Lembrou daquele infeliz incidente, me fazendo querer enterrar a cara na minha tigela que minutos atrás estava cheia de um delicioso lámen.
— É, mas você sabe… — cocei a nuca, um tanto desconcertado.
— Eu sei — disse ele, seu riso se transformando em um sorriso doce.
Me perdi naquele sorriso. Era simplesmente o mais bonito de todos e não era só porque eu era apaixonado pelo senpai. Qualquer um podia ver o sorriso mais bonito do mundo a hora que quisesse, era só dizer algo minimamente engraçado que Park Jimin curvaria seus lábios cheinhos, fazendo seus olhos que já eram pequenos se estreitarem ainda mais, se tornando duas minúsculas luas minguantes.
E eu, que nem era de observar muito o céu e só reparava na lua quando estava cheia e extravagante, me vi apaixonado também por ela quando se parecia com o olhinho sorridente de Jimin.
Por isso me tornei esse bobão que ficava sentado na janela do quarto, olhando para o céu noturno e suspirando de amores escutando Ai Kotoba.
— Sabe, minha irmã tá vindo morar pra cá de novo — comentou casualmente enquanto ajeitava uns fios escarlates em sua franja. — Meus pais estão querendo tentar de novo, pela milésima vez — riu breve e secamente, dando de ombros. — Talvez vocês tenham aulas juntos.
— Você tá me pedindo pra cuidar dela, né? — perguntei, já conhecendo o jeitinho todo super protetor daquele garoto. Ele apenas mordeu o lábio inferior e deu um sorrisinho mínimo, confirmando minha suposição. — Não acho que precise se preocupar, a Ayu pode se defender melhor que nós e todos os que conhecemos, juntos.
Ele assentiu.
— Você tem razão. Tô sendo bobo.
— Não, na verdade… Acho fofo — falei sem pensar e imediatamente olhei para outra direção onde meus olhos pudessem descansar em paz enquanto todo o sangue subia para a minha cabeça, mas aquela fuga não durou muito, porque meu olhar parecia ter um imã que o atraía inevitavelmente de volta para Jimin.
Ele me olhou parecendo surpreso por um momento, mas logo me fazendo derreter todinho por dentro com seu sorriso bonito demais para ser de verdade até mesmo naquela iluminação precária do pequeno restaurante, que não favorecia nenhum de nós.
Como eu posso ser TÃO caidinho assim por alguém?
— Bom… De qualquer forma, você sabe como a Ayu é… Tenho medo do jeito explosivo dela assustar as pessoas, e como vocês sempre se deram bem, eu pensei… — ele deu de ombros, deixando a frase por terminar.
— Pode deixar, senpai, vou incluí-la no meu enorme grupo de zero amigos — disse, em tom de brincadeira, mas Jimin apenas sorriu minimamente e pigarreou, se ajeitando na cadeira.
É, soava meio triste, mas não era como se eu realmente me importasse com isso àquela altura.
Aprendi a me divertir com a minha própria companhia, afinal, era tudo o que eu tinha a maior parte do tempo.
Mesmo que Jimin e Taehyung estudassem na mesma escola que eu, não era como se eles conseguissem me incluir em tudo, afinal, sequer estávamos no mesmo ano.
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koi no yokan ☆ jikook
Fanfiction[CONCLUÍDA] Koi no yokan é uma expressão em japonês, que significa "premonição do amor". Nunca acreditei em amor à primeira vista, mas soube que koi no yokan era real desde a primeira vez que o vi. Mesmo que naquela época ainda fosse novo demais par...