Olá! :) Já tenho essa história postada no Spirit, mas resolvi disponibilizar aqui também. É uma short fic que acaba no capítulo sete, bem pequena mesmo. Caso hajam leitores, espero que gostem! Ah... gostaria só de explicar que eu faço na fanfic o mesmo uso do Metatron que o Neil Gaiman faz no livro. Ou seja, escrevo pela voz de Deus. Boa Leitura!
Muitas são as especulações sobre o Plano de Deus.
Afinal, até onde vai o livre arbítrio? Os seres humanos possuem total controle de suas ações e seus destinos estão em constante mudança, ou tudo está planejado desde O Início e é imutável?
Era divertido, ao longo dos anos, ver as pessoas tentando decifrar as ações d'Ele, O Todo Poderoso, Criador do Céu e da Terra. Suas engraçadas e curiosas teorias sobre O Grande Plano, ou mesmo sobre o Plano Inefável, que não se pode nomear ou descrever em razão de sua natureza.
Os anjos não pensavam muito sobre isso. As coisas eram como eram. O plano não importava, desde que, no fim, a vitória fosse do Céu.
Havia um anjo, porém, que não era como os outros e que não almejava a vitória a todo custo.
Aziraphale não sabia mais como agir. Sozinho na Terra, não tinha ideia do que fazer, agora que não havia mais nenhum Armagedom provocado pelo Adversário, Destruidor de Reis, Anjo do Poço sem Fundo, Grande Besta que é chamada de Dragão, Príncipe Deste Mundo, Pai das Mentiras, Filho de Satã e Senhor das Trevas Adam Young. Em complemento, também não era mais obrigado a redigir grandes relatórios (nos mínimos detalhes ou Miguel poderia ficar muito, muito bravo) e não recebia missões do Alto Escalão para serem realizadas no plano terrestre.
Bom, Aziraphale também não era um anjo comum; ele fazia parte da classe dos Principados, anjos que recebiam ordens de classes superiores e que velavam pelas artes e ciência. Admirar as boas obras e ser fascinado por livros era mais do que uma característica pessoal, estava impressa em sua essência, assim como realizar o que lhe era ordenado.
Em resumo, sentia-se aliviado, mas com o passar dos dias percebia que sua vida tinha perdido o sentido.
Mas ele tinha que ver o lado positivo, oras! Depois de 4004 anos na Terra, ainda não havia conseguido comer em todos os bons restaurantes (porque sempre haveria novos e novos sendo abertos, a cada minuto) e muitos outros livros fantásticos ainda seriam escritos. Poderia ter a primeira edição de todos eles... afinal, sua Terra estava à salvo.
E a vida... bom, ele não sabia o que estava por vir, mas acreditava, com todas as forças, que estava em seu caminho.
XxX
Crowley não gostava de ser associado à uma serpente. Como ele mesmo reiterou várias vezes, cair não tinha sido necessariamente uma escolha. Ele só estava... andando com as pessoas erradas na hora errada, por se assim dizer.
Desta forma, esse lance de rastejar não era bem a sua praia. Tudo bem que havia abraçado seu lado demônio e, ao longo de todos aqueles anos, feito muitas coisas "ruins" (por favor, não vamos nos esquecer de um de seus maiores feitos, a rodovia M25, que rodeava Londres), mas Crowley não era necessariamente mal.
Ou pelo menos era assim que ele fazia Aziraphale enxergar.
E o demônio percebia, de rabo de olho, as feições e reações do anjo. As coisas haviam ficado mais complicadas entre eles muitos anos atrás, quando ele planejou o assalto à igreja.
"Você vai rápido demais pra mim, Cowley".
Acreditem, demorou muitas décadas para que aquela simples frase saísse dos seus pesadelos. Mesmo agora, após o fracassado Armagedom, não conseguia pensar em outra coisa que não fosse... Seu Anjo.
O que nenhum dos dois sabia, entretanto, é que o destino deles estava conectado desde muito antes... E nem com todo livre arbítrio do mundo eles seriam capazes de se afastar.
Fazia parte d'O Plano.
E as ações de Deus, vocês sabem...
Não se podem descrever.
(Exceto pelas Justas e Precisas Profecias de Agnes Nutter, Bruxa. Aquela ali sim acertou em cheio. Mas isso fica para outro capítulo.)
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Plano Inefável
FanfictionAs vidas de Crowley e Aziraphale eram paralelas em muitos momentos, até que o ponto de convergência aconteceu, ali mesmo, no Jardim do Éden. Aziraphale sabia que não devia confiar tão rápido em um demônio, mas quando deu por si já havia contado a Cr...