Uma nota que você deveria ler

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QUANDO COMECEI A ESCREVER ESTE LIVRO, eu estava no auge da minha descoberta. Se descobrir, sair do armário, tudo é um êxtase de sentimentos tão avassaladores que vivem de extremos. 

Você se sente eufórico por finalmente descobrir quem é, mas devastado por saber tudo que vai enfrentar. Rir e chorar no mesmo dia, em momentos diferentes. Não sei vocês, mas eu implorei pra ser "normal"

— Eu? Lésbica? 23 anos? Recém separada? Mãe de duas crianças? Não... Não mesmo. Eu não posso ser lésbica. 

No auge desse inferno astral que eu me encontrava, nasceu "Em alguma esquina". O primeiro passo para minha aceitação e hoje é motivo de muito orgulho, por saber exatamente quem eu sou. 

 A leitura requer atenção pois é constante o paralelo entre passado e presente. Anie é uma mulher nova, com uma carreira muito bem sucedida e uma família linda. Porém tudo isso ficou no passado. Após seu — agora ex — marido viciado em drogas a estuprar e abandonar, Anie sucumbiu a uma depressão eterna. Porém, rompeu o ciclo desta maldição quando decidiu sumir. 

A nossa estória começa, quando Anie decide deixar tudo para trás, filhos, família, casa, profissão... Ela deixa tudo para trás e parte rumo ao desconhecido, na esperança de que em alguma esquina dessa incrível jornada, ela pudesse se encontrar. 

"Quem eu sou?"  É a pergunta que devemos nos fazer todos os dias. 

Quando finalmente entendemos quem somos, a vida se torna menos pesada. 

Eu vejo muito de mim em Anie. 

Todos nós temos um pouco de Anie. Peço que leia com carinho, há muito mais que uma simples estória escrita adiante, é uma alma se abrindo. 

— Roberta Peixoto 

Em alguma esquinaOnde histórias criam vida. Descubra agora