04 | F/A/E M( )LLER

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Os dias se passaram tranquilamente, ninguém comentava sobre os assassinatos repentinos que aconteciam na universidade, apenas imaginavam que as pessoas estavam viajando

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Os dias se passaram tranquilamente, ninguém comentava sobre os assassinatos repentinos que aconteciam na universidade, apenas imaginavam que as pessoas estavam viajando.

Exceto a perícia.

Os agentes da lei perceberam que todas as vítimas eram homens entre 20 e 24 anos, porte médio e corpo atlético, que possuíam denúncias em suas fichas como abuso verbal, psicológico e corporal registrados nos últimos 3 anos.

Os ferimentos deixados nos corpos foram ligados a algum tipo de instrumento recheado de pregos, devido aos furos com 6 centímetros de profundidade e o diâmetro fino marcados na pele de todos os potenciais agressores.

O corte na jugular, a olho nu, poderia passar como superficial, já que seu diâmetro não chegava a ser 1 centímetro, entretanto foi extremamente calculado, atingindo diretamente as veias internas e externas, cortando o fluxo sanguíneo para o cérebro, aumentando sua pressão.

Apesar desse golpe fatal, todas as vítimas morreram ao terem seus pulmões perfurados violentamente por um metal afiado, com a ponta de 10 a 15 centímetros entrando diretamente no órgão.

Os policiais entendiam a ligação entre esses assassinatos, mas não existia relação entre as vítimas desses homens além daquelas que estudavam em um mesmo local.

Câmeras do circuito interno da rede de ensino superior não filmavam o que acontecia, ou simplesmente estavam em manutenção.

Quem quer que fosse o assassino, não queria deixar rastros e sabia o que estava fazendo.

Entretanto, como todos os crimes, uma prova foi encontrada.

Um pequeno pino de relógio dourado foi encontrado no chão do carro de Braiden Williams, junto com gotas de sangue da vítima, além de digitais. Um homem foi identificado.

Edward Miller. Solteiro. 28 anos. Nascido em Londres, Inglaterra. Filho dos falecidos Jim Frederick Miller e Dayane Miller Albert. Sem antecedentes criminais. Sem entradas em hospitais. Sem arquivos depois dos 6 anos de idade.

Através de um sistema envelhecedor de fisionomia, federais andaram ao redor dos perímetros de Calamish, com uma foto em mãos do que seria Edward nos dias de hoje. Alguns diziam tê-lo visto na faculdade, sempre vestido de terno e acessórios de luxo, outros não o reconheciam.

As 19 horas, um grupo de agentes começou uma busca nos perímetros do abandonado parque central. À luz do luar, pouco se tinha da visão dos brinquedos e das árvores, formando sombras desconformes e barulhos de folhas secas se debatendo no chão. O vento soprava a areia para cima, rodeando os pés daqueles que se atreviam a ir até lá.

Com a brisa batendo, todos os agentes ficaram em silêncio, procurando com lanternas algo de suspeito.

Um barulho de ferrugem estava perto, como se um balanço antigo estivesse se movimentando, e cada vez mais rápido. A melodia soprada aos quatro ares foi ficando mais alta. Um corpo sentado coberto por uma capa cinza desgastada estava ali, ao lado de um coelho, provavelmente encontrado no lixo.

O indivíduo se movimentou lentamente para trás, olhando a luz pouco comum o cegar.

"Edward Miller, perante a lei, você tem o direito de permanecer em silêncio. Tudo que disser pode e será usado contra você no tribunal".

Albert sentiu seu corpo ser puxado violentamente para trás, soltando um grito do gesto repentino. Seu coelho voou para longe assim como as pedrinhas ao redor do seu balanço. O corpo, pequeno ao seu ver, bateu contra o piso fortemente, o deixando atônito por um momento. Sentiu lágrimas escorrendo por seus olhos.

Não entendia o que estava acontecendo. Ele era só uma criança. Só queria brincar. Mas um último pensamento rodeou sua mente, e ali ficou, como uma névoa durante o temporal.

Afinal, quem é Edward Miller?

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