Capítulo 4 - Possessão

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Capítulo 4

5:56am chalé nas montanhas, Deck, Davi.

- Gente, acorda vamos... Gente? - perguntou Davi ao ver que não tinha ninguém dentro do deck.
Ele se levanta, põe sua calça de friagem, seu casaco acompanhado com sua blusa e sua bota, a porta estava aberta. Parece que eles saíram, sem ele, Davi começa a ficar preocupado a parti do momento em que ele se achou sozinho, por incrível que pareça não tinha neblina e podia ser visto claramente o céu azul. Ao longe ele avista uma garota, de longe ele não pode descrever a si mesmo, mas ao se aproximar, parecia que a mulher ficava mais nítida, como um óculos recém-chegado da ótica.

- Olá? - disse Davi.

Uma garota tamanho médio, morena, usava roupas da Era Vitoriana, tinha cara de quem trabalhava muito, longos cabelos cacheados, olhos que resplandeciam a alma. Era boa a sensação. Um anjo? Pensou ele enquanto tirava suas mãos do bolso.

- Oi, tudo bem?

- hurum. - balançou a cabeça em sinal de um sim, e com um sorriso lindo.

- Você sabe onde a gente tá?

- sim. - disse ela.

- Que bom, pode me dizer onde estamos?

- olhe para trás. - pediu ela.

Davi olha para trás, uma lavoura de café, trabalhadores e homens que chicoteavam, Davi por um instante ficou pasmo e se virou para trás e vendo ninguém ele olha para lavoura e se depara agora dentro de um casarão.

- Eu falei que ele ia fugir.

- não vamos se irritar.

- LURDES, LURDES VENHA CÁ!

- sim senhor?

Davi se esconde atrás de um armário gigante.

- você viu o Leonardo?

- não senhor.

- ela viu sim, mentirosa! - disse a mulher irritada

- eu juro que eu não vi senhora. - diz a menina assutada.

- você vai aprender a não mentir pro seu senhor!! - ele puxa pelos cabelos e a arrasta até um quarto com portas de ferro.
Davi fica calado, pra isso ele põe a mão em sua boca. Ele se vira e vê um espelho, ele se assusta com o que vê e sai dali correndo, até um corredor a qual ele entra em um dos quartos. Ao respirar um pouco, ele encosta sua cabeça na porta.

- Ele está aqui! Ele está aqui! Venham pegar ele! - grita um velho que está em uma cadeira de rodas, ele é cego, mas pode sentir a presença dele sobre o quarto. Davi corre e abre a porta e vai até a cozinha, aonde ela encontra a mesma menina que ele falara lá na lavoura de café, agora ela está machucada, um corte profundo em sua bochecha e com sua cabeça sangrando. Ela aponta para baixo, abaixo da mesa é aonde ela apontou.
Davi se esconde, durante 6 segundos a vida dele corria sério perigo.
1... Ele se agacha e fica debaixo da mesa... 2... Ele põe novamente a mão em sua boca... 3... Ele vê pés em movimento até a doce garota... 4... Eles gritam por ela perguntando onde está o Leonardo... 5... Ela está negando saber onde ele está... 6... Em um momento, um tiro é ouvido. Mataram a doce garota, que caiu no chão, Davi gritou de desespero. Os homens se agacham e pega ele pelo cabelo, Davi era bem mais alto que eles, mas a força dele era como de uma criança de apenas 8 anos... Eles o levaram a um tipo de jaula no chão. Um calabouço. E então ele é arremessado para dentro daquele imenso buraco. E então o homem grita;

- você vai aprender a não escapar de seu buraco, sua aberração!!

- Eu não sou o Leonardo, eu não sou o Leonardo... - Davi agora está chorando muito e escuta um menino chorando também. Era o mesmo menino que ele tinha visto no reflexo do espelho. Branco, idade de 8 anos, cabelo longo cacheados, ele tinha olhos extremamente pretos, olhos que pareciam olhar bem no fundo da alma, ele tinha uma pele muito branca, um Albino.

- O-oi? - fala Davi enquanto enxuga as lágrimas em seus olhos.

- Oi, quem é você? Te pegaram? - diz o menino com uma voz muito triste.

- Eu não sei, eles me levaram até aqui. Eu não fiz nada. - diz Davi querendo novamente chorar.

- Eu fiz um erro... - diz o menino.

- qual foi seu erro?

- ter nascido, desde que nasci eu passei dias sem abrir meus olhos, mas no dia em que eu comecei a abri-los, todos viram que eles eram pretos como a mais escura noite. Eu não tinha uma família, eu tinha pessoas autônomas, mandonas, elas me faziam de escravo. Eu tentei fugir junto com a Lurdes... Mas acabaram me pegando e ela conseguiu escapar, mas não queria ir embora sem mim então ela voltou para cá escondido. Eu gosto dela. Me diga... O que aconteceu com ela lá encima? - depois de toda a sua história contada ele faz essa pergunta. Davi se recusa a si mesmo em não contar pra ele... Mas ele não podia esconder a realidade... E ele acabou contando.

- E-ela tentou te proteger, dizendo que não sabia aonde você estava. Ela estava ferida, sangrando. Ela me ajudou a me esconder debaixo da mesa, mas... Sinto muito em te dizer... Ela morreu.
Davi termina de falar quando o leve sorriso da criança desaparece, o seu rosto é tomado por uma tristeza inigualável, seus negros e profundos olhos faz assim sair lágrimas brilhantes de dentro do seu globo ocular. Ele chorava muito, um choro baixinho. Davi não aguentou e abraçou a pequena criança, consolando ela. Até que a criança disse.

- volte pra casa, você não tem que ficar, a culpa não é de quem parece ser, a culpa é da minha família. Descubra a verdade, tome. - Ele da para Davi um pequeno livro com mais ou menos 50 páginas. Davi segura e aperta ele, o menino era doce, igual a menina. Ele tinha um cheiro de rosa, seus cabelos era macio. Ele era belo, mas sua família o considerava uma aberração. E de repente o menino toca em seu pescoço e Davi desmaia.

...

- ele deve tá acordando.

- Davi, acorda - uma voz distante.

- ele acordou! - diz Marco sorrindo.

- minha cabeça está doendo. Onde a gente tá?

- Ora, no deck tentando escapar de uma criatura demoníaca. - diz Ana.

- Oh sim, cadê o menino? E a menina? - pergunta ele se encostando na parede.

- De quem você está falando, só somos nós aqui.

- você não viram?

- Davi você acabou de acordar depois de uma como eu posso dizer...

- Possessão, você acabou de acordar de uma possessão. - afirma Yakin.

- exatamente. - diz Kaylane.

- Mas parecia tão real. - diz Davi quando sente uma coisa em seu bolso. Era o livrinho que o doce garoto tinha entregado a ele.

- o que é isso? - pergunta Jhuan.

- eu vou explicar tudo pra vocês.

Depois de algum tempo, Davi consegue explicar tudo direitinho para eles.

- então você achou uma criança, que era boa, foi confundido, fez amizade com uma criança que parece um demônio? - Diz Jhuan enquanto se levanta do chão.

- ele não era um demônio tá bom? Ele era uma criança com algum tipo de doença especial. - Davi fala em um tom de afirmação.

- tá bom, já sabemos que ele é do bem.

- vamos embora daqui precisamos ir pra que lugar agora?

- Que tal o portão de ir embora daqui? - fala Yakin abrindo o enorme papel que era o mapa.

- Tem alguma biblioteca aí? - pergunta Davi.

- Pra que biblioteca agora? - diz Jhuan.

- precisamos ir pra esse lugar agora.

- eu vou com ele - diz Marco, e todos topam. Jhuan agora não tem escolha.

- tem uma estrutura aqui que tem o nome biblioteca em inglês, fica a 1 km daqui, 30 minutos de caminhada.

- Eu acho muito longe, mas o ruim é que precisamos ir pra lá. - fala Davi.

- Gente, é um jogo, estamos todos presos em um jogo de algum fantasma, assombração, não sei. Sei que é algo doentio, e que precisamos desvendar o passado pra sabermos o que diabos aconteceu aqui há anos atrás. - fala Marco.

- tens razão, então vamos lá.

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