Capítulo 2
Aquilo não era problema meu, mas eu era a única que poderia ajudá-los agora.
Eu fui até a mulher e me abaixei na frente dela, coloquei minhas mãos nas dela e disse:
-- Vai ficar tudo bem.
Ela me olhou, apavorada.
-- Você não me conhece, mas pode confiar em mim. Vou te ajudar.
Ela não dizia nada, só me olhava e balançava a cabeça em afirmação.
Me levantei e fui até o garoto, me abaixando na frente do mesmo. Ele ainda encarava suas maos, sem expressão alguma, eu entendi bem o que ele estava sentindo, ele nem parecia estar lá. O que me deixou preocupada. Estranho.
-- Ei. - o chamei, mas sem resposta. -- Garoto? Olha pra mim.
Ele não respondia, nem se mexia, era assustador. Não tínhamos tempo para ficar ali parados, alguém do prédio pode ter chamado a polícia, eu precisava trazê-lo de volta a realidade.
-- Ei, levanta!
Agarrei os ombros dele e o sacudi, o que fez ele me olhar assustado.
-- Você mora aqui? - perguntei.
Ele me encarou por uns segundos e finalmente me respondeu.
-- Meu apartamento é outro, esse é da minha mãe. - ele olha pra mulher e eu acompanho seu olhar.
Agora vejo o porquê de toda raiva que ele usou pra apunhalar o homem, com certeza foi pra proteger a mãe. Eu suspirei e voltei a encara-lo.
-- Me mostre onde é.
Ele me olhou estranho, com se não estivesse entendendo porque eu quero saber e aquilo me fez ter vontade de bater nele. Continuei olhando pra ele séria, com meu jeito de "eu não vou desistir", então ele se levantou e foi ajudar a senhora a se levantar, a apoiando em ombro e caminha com ela até a porta, comigo seguindo-os.
-- É aquela porta ali.
Ele aponta para do seu apartamento, que ficava a duas portas de onde estávamos. Ele vai na frente, com a senhora, pra destrancar a porta e eu logo atrás, ele coloca a senha e abre a porta, fechei a mesma assim que entramos.
Eu já tinha um plano para resolver isso tudo, mas eu com certeza iria me arrepender disso. Pego meu celular, mas antes de fazer minha ligação lá fora vou até o garoto. Ele estava com a senhora sentados na cama e abraçados.
-- Preciso ligar pra alguém, vocês tem que ficar aqui e não abrir a porta para ninguém além de mim. Entendeu?
Ele me encara sem dizer nada, com uma expressão estranha. Eu suspiro e me viro, mas ele agarra meu braço.
-- Quem é você? - ele pergunta.
-- Alguém em quem pode confiar. - eu o olhava bem nos olhos. -- Eu já volto.
Ele acreditou me mim, pois soltou meu braço ainda com em mim até eu passar pela porta. Olhei para o meu celular, com medo do que eu precisava fazer pra ajudá-los. Respirei fundo e disquei o número colocando-o no ouvido e esperando ele atender. Tocou apenas três vezes.
-- Sam! - sua voz parecia preocupada.
-- Sehun, preciso de você.
Oh SeHun, era um dos meus irmãos adotivos, ele é sul-coreano, meu adotou ele e o irmão mais novo, Oh JongIn, quando eu tinha 10 anos. No começo eu achei estranho ter mais pessoas com a gente, mas acabei aceitando. JongIn, que prefere o nome Kai, nós dávamos bem pois tínhamos a mesma idade. SeHun sempre foi muito protetor com nós dois, meu pai também sempre o tratou como um filho de verdade, tanto que o treina pra assumir seus negócios ilegais, já que eu é que sou a herdeira da empresa. Meu pai realmente não me quer em seu submundo, mesmo sabendo que só por ser sua filha, isso já me coloca no meio de tudo. Talvez esse seja o motivo de ele ter adotado os meninos, para me protegerem quando ele não estiver por perto.
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Aprisionada - BTS
Misteri / ThrillerSentir que a sua vida não é sua, que algo está faltando, quem nunca se sentiu assim? Passei a minha vida sem saber, exatamente, quem sou, ou o que sou, mas tudo mudaria, completamente, nesse colégio. Que surpresas mais, essa história me daria?